A importância de olhar para as pessoas por trás dos resultados financeiros.
No mundo empresarial, cada número tem uma história, resultados têm rostos. Números materializam resultados de diversas naturezas, sejam financeiros, operacionais, pessoais, ou comportamentais. Lidar com números e entender seus impactos é possível apenas ao enxergar as pessoas que os constroem e fazem a mágica acontecer.
A compreensão do que constitui uma “empresa” vai além das fronteiras convencionais associadas ao lucro e resultados tangíveis. Originário do italiano, o termo “impresa” sugere uma atividade marcada por dedicação e esforço, não limitada apenas ao contexto comercial. Dessa forma, os ensinamentos do mundo empresarial são aplicáveis em um espectro mais amplo de atividades humanas. Essa ampliação do conceito nos leva a apreciar a universalidade das experiências e aprendizados empresariais.
O verdadeiro valor do capital humano vai além da mera contratação de talentos; ele envolve criar ambientes que promovam satisfação e motivação, essenciais para a eficiência coletiva. Dados recentes da Bain & Company indicam que apenas 22% dos profissionais consideram a compensação financeira como o fator mais importante em um emprego. Isso sugere que, embora um salário justo seja fundamental, aspectos como o engajamento no trabalho (valorizado por 15% dos profissionais) e a associação com uma empresa que inspire (importante para 5% dos entrevistados) são também vitais.
Outro estudo, da Randstad, revela que 39% dos trabalhadores prefeririam manter suas posições atuais a aceitar promoções que não lhes trazem satisfação. Esse dado sublinha uma transformação na percepção de sucesso profissional, valorizando o bem-estar e a realização pessoal, não raramente, acima de avanços hierárquicos. Ainda de acordo com a pesquisa, a relevância da inteligência emocional no ambiente de trabalho também está se tornando cada vez mais inegável, com uma projeção de aumento de 26% na demanda por tais habilidades até 2030. E o que isso indica? A necessidade primária de líderes com competências emocionais bem desenvolvidas. Peças fundamentais para uma gestão eficaz e humanizada.
Atividades que valorizam seus membros não apenas atingem a excelência em desempenho financeiro, mas também são berços de inovação e sustentabilidade. Nesse cenário, emerge a concepção de liderança não como uma posição de autoridade, mas como a capacidade de criar um ambiente onde os indivíduos se sentem valorizados e motivados a contribuir com o melhor de si. Líderes excepcionais são aqueles que cultivam espaços de trabalho que permitem a motivação interna florescer, conduzindo a um desempenho aprimorado tanto no nível individual quanto coletivo.
Todos os dias, somos convidados a considerar nossa própria contribuição na construção de ambientes de trabalho mais acolhedores e significativos. Cada um de nós tem a oportunidade de atuar como arquiteto de um espaço onde respeito, empatia e reconhecimento não são apenas aspirações, mas a realidade cotidiana. Ao cultivarmos tais ambientes, reforçamos a essência da verdadeira atividade empresarial, onde cada história pessoal é valorizada e cada rosto por trás dos números é visto e reconhecido.
. Por: Luciana Zanini, Executiva, especialista em finanças, pessoas e negócios. Luciana Zanini, possui uma trajetória de destaque no mundo corporativo, Luciana Zanini ocupa, atualmente, a posição de diretora Financeira e Administrativa no Inhotim. Sua jornada é marcada por uma profunda compreensão e experiência nas áreas de finanças, mercado de capitais, relações com investidores e governança corporativa. Zanini possui visão humanizada das finanças e cultiva a filosofia de que o valor fundamental de uma organização se reflete em seu capital humano. Entre as experiências estão as passagens pelo Itaú BBA, EY, Bloom Energy, Fialho Salles Advogados, LOG Commercial Properties e Seven Capital. Com um MBA pela Tuck School of Business at Dartmouth, possui robusta expertise em finanças e negócios.