Em meio à restruturação da dívida, Oi apresenta queda de 82,8% no prejuízo em 2023 e receitas core de fibra e TIC no B2B crescem 1,9% e 15%, respectivamente, no quarto trimestre do ano.
“No segundo semestre deste ano, a Oi terá um novo cenário pela frente”. A afirmação é do presidente da Oi, Mateus Bandeira, ao anunciar no dia 28 de março (quinta-feira) o resultado da companhia no quarto trimestre de 2023, em que previu também a retomada do crescimento da fibra já no segundo trimestre. —Nos próximos meses, devemos ter a realização do acordo com o TCU, o retorno do processo de arbitragem com a Anatel, a mudança definitiva para um regime de autorização, e a equacionamento definitivo do legado —disse, acrescentando que estas são as mensagens para o mercado além dos números apresentados no balanço da companhia.
Mesmo em recuperação judicial, a Oi conseguiu reduzir seu prejuízo no quarto trimestre do ano passado em 97,2%, em comparação a igual período de 2022. No ano, o prejuízo registrado pela companhia caiu 82,8%. As receitas da companhia somaram R& 2,3 bilhões no quarto trimestre, com queda de 5%, em relação ao trimestre anterior e de 13 % na comparação anual. O resultado refletiu, principalmente, a queda acelerada nos serviços não-core.
—O segundo semestre de 2023, mais do que o quarto trimestre, foi um período de ajustes em relação à fibra, com foco no posicionamento regional e no lançamento de novo portfólio. E em março de 2024 em diante será o período de retomada do crescimento da fibra, com o aumento de presença regional e ajustes de processos operacionais. Março de 2024 foi importante, apresentamos os termos gerais da proposta de acordo no âmbito da Secex/Consenso, no TCU, e no segundo semestre em diante poderemos ter a ratificação dos termos do acordo pela AGU, a retomada do procedimento arbitral, que é muito importante para a companhia, e a migração imediata para o modelo de autorização —explicou.
Entre os destaques positivos registrados no último trimestre de 2023, estão o crescimento das receitas core, com aumento de 1.9% no segmento da fibra chegando a R$ 1,1 bilhão, e de 15% nos serviços TIC para clientes B2B. Hoje, as receitas core representam mais de 70% do total dos ganhos da companhia, após a venda da operação de telefonia móvel.
O desempenho da fibra foi sustentado pelas 4,0 milhões de casas conectadas, que permitiu que a companhia mantivesse a liderança do mercado de fibra nas regiões onde atua, com 27,3% de market share. No acumulado do ano, o crescimento da receita da Oi Fibra chegou a de 10,5%.
Do ponto de vista dos gastos, incluindo despesas e investimentos, a Oi registrou queda anual de 8,2%, com a implantação de medidas de eficiência e simplificação de processos, além da redução da necessidade de investimentos, em função da mudança do perfil de negócios da companhia. Somente nos investimentos, houve redução de 65% no ano.
No balanço anual, a companhia também apresentou a evolução das etapas do processo de reestruturação, que inclui um acordo no âmbito do TCU, em que a Oi negocia a mudança do regime de concessão da telefonia fixa para o modelo de autorização, reduzindo o custo das obrigações. Em relação ao processo de Recuperação Judicial, a Oi chegou a um consenso em relação aos principais pontos comerciais com os credores que compõem mais de 50% do total do quórum necessário à aprovação de um plano de RJ. Esse consenso quanto aos principais termos comerciais relevantes para este grupo de credores ainda está sujeito a aprovações de praxe e à discussão final dos documentos, em especial o plano que será submetido à votação na assembleia, que será retomada no dia 10 de abril.