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30/01/2024

Elisete – ‘Eu sou o Carnaval’

Ani ha Carnaval (Eu sou o Carnaval em hebraico) é o nome do nono álbum de Elisete, cantora brasileira-Israelense radicada em Israel desde 1991, mas é também uma descrição precisa dela e de sua vida, relata a cantora.

Elisete vive sua vida ao máximo e com toda a energia positiva que consegue reunir — e consegue.

Seu sorriso enche a sala e sua música imediatamente faz você dançar.

Suas músicas têm uma energia positiva e até suas músicas mais tristes (ela tem menos músicas assim) vão fazer você dançar ou pelo menos se mexer na cadeira com um sorriso junto com o refrão.

Em 07 de outubro de 2023 (sábado) a vida de Elisete e de todos os Israelenses mudou repentinamente, — neste dia estourou a guerra mais horrível que Israel conheceu em todos os seus anos de existência— recorda, e Elisete imediatamente fez o que sabe fazer de melhor — ir confortar a todos que precisam de encorajamento em dias tão difíceis.

Elisete fez shows benevolentes para os moradores que foram evacuados do Norte e do Sul de Israel e que se encontram em alojamentos temporários em hotéis por todo o país.

Elisete se apresentou para os evacuados enquanto alarmes sobre lançamentos de foguetes no centro de Israel às vezes paravam os preparativos para o show —é interessante que a música de Elisete realmente a protegeu e seu show nunca foi interrompido com um alarme— relata ela.

— É difícil encorajar as pessoas que perderam suas casas e tiveram que se mudar para residências temporárias por um período de tempo desconhecido até que a segurança retorne a Israel— observa. Elisete consegue com sua música confortar e dar um pouco de alegria até mesmo aqueles que estão muito feridos.

— A cada show, o público agradecia pelo grande amor que ela traz consigo e pelo conforto nas canções, na música e principalmente no seu grande sorriso que os envolve de tanto carinho— continua.

Paralelamente às apresentações para evacuados, Elisete se apresentou bastante em ambientes de pessoas com necessidades especiais, algumas das quais também foram evacuadas da linha de frente e para elas Elisete trouxe alegria e conforto. — A comunicação com as pessoas com necessidades especiais é muito mais direta e não-verbal e eles sempre pedem o bis e perguntam quando ela voltará a se apresentar para eles— lembra.

A cantora disse que não há quase nenhuma pessoa em Israel que não tenha sido ferida de alguma forma na guerra que eclodiu no massacre de 07 de outubro de 2023, — e Elisete não é exceção.

Seu baixista, Eitan Hadad, estava na classe de reserva no Kibutz Beeri, no sul de Israel, e foi assassinado em 07 de outubro de 2023 enquanto defendia seu kibutz da invasão terrorista.

O luto por Eitan, que a acompanhou durante muitos anos, em muitos concertos, levou-a a escrever a canção Kashe lehaguid Shalom ‘É difícil dizer adeus’, e também a fazer um show em sua memória como parte da linha de jazz de um dos clubes mais respeitados de Israel onde ela tocava com sua banda junto com Eitan.

— Se há algo a aprender com a história pessoal de Elisete, é que o otimismo e o amor sem fim vencerão no final e em grande estilo.

O caminho de Elisete até ter nove álbuns autorais e centenas de músicas em vários idiomas com as quais consegue encantar o seu público foi longo e nem sempre fácil.

Felizmente para Elisete, — ela acredita no que há de bom nas pessoas e é extremamente otimista e parece que nada irá impedir esta jornada de alegria ainda que a realidade em Israel seja tão problemática— expressa a cantora.

Perfil — A infância de Elisete no Brasil foi como a música brasileira — uma mistura de tristeza e alegria. Ela nasceu na Bahia e se mudou com sua família para o Rio ainda recém-nascida. Sua família é um mosaico humano complexo — uma mãe de descendência judaica dos Sepharadim da Espanha, um pai de descendentes de africanos. As relações na família não eram simples. Seu pai era oficial da Marinha e ficava muito longe de casa. Além disso, ele também era alcoólatra e a vida na sua presença não era fácil. Com o passar dos anos, Elisete aprendeu a aceitá-lo e a perdoá-lo.

Sua mãe lutava para sustentar a família com os quatro filhos pequenos e legou a Elisete a vontade de melhorar de vida, o amor pelo artesanato, o otimismo e muita sabedoria de vida.

Após a morte da mãe e porque o pai não estava presente em sua vida, Elisete se viu sozinha no mundo.

Ela conhecia muitos idiomas que adquiriu ouvindo músicas e trabalhou como guia turística no Rio de Janeiro.

Durante esse tempo ela conheceu um mochileiro israelense, casou-se com ele ainda adolescente e o seguiu até Israel e foi aqui que nasceu a sua primeira filha.

O casamento não durou muito, mas o amor por Israel e o lar que Elisete encontrou no país em meio ao calor e à dureza israelense continuam até hoje.

Elisete se casou novamente e teve sua segunda filha, que é atleta profissional e artista.

Elisete passou por diversas encarnações em Israel e foi, entre outras coisas, a primeira instrutora brasileira de samba para crianças.

As primeiras sementes de sua carreira musical foram plantadas nas aulas que ministrou para essas mesmas crianças.

Elisete é uma artista multidisciplinar — ela compõe e escreve músicas, desenha e cria adereços extravagantes para suas apresentações, ela pinta e cria esculturas em diversos materiais e gosta muito de desenhar e estilizar roupas para ela e para outras mulheres que gostam do toque de cor e da ousadia de suas criações.

Elisete se apresenta em Israel e às vezes no exterior também, ela tem vários tipos de shows, o mais famoso e o seu show carnavalesco em Hebraico ‘O Carnaval da Elisete’ (Ha Carnaval shel Elisete)

Uma das coisas que influenciou muito sua carreira é o trabalho com pessoas com necessidades especiais.

Nos últimos anos, Elisete tem se apresentado bastante para pessoas com necessidades especiais e gosta muito de ver o efeito que sua música tem até mesmo em pessoas que realmente não se comunicam com o mundo. Seus cuidadores muitas vezes expressam grande admiração pela magia criada e Elisete desfruta do amor infinito que recebe dos residentes dessas comunidades.

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