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25/01/2024

Nova Indústria Brasil é marco para a retomada do setor, diz Findes

Política industrial lançada pelo governo federal no dia 22 de janeiro (segunda-feira), volta a colocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento do país.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) avaliam a política de industrialização “Nova Indústria Brasil” como um marco para o setor e para o país. As ações, que serão implementadas nos próximos dez anos, foram apresentadas, no dia 22 de janeiro (segunda-feira), pelo governo federal em reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto, em Brasília.

O vice-presidente da CNI e presidente do Conselho de Política Industrial (Copin), Léo de Castro, foi o representante da entidade na cerimônia. Em seu discurso, ressaltou a importância de contar com o setor público no processo de retomada da indústria brasileira e reafirmou o compromisso da Confederação com a agenda.

—Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização— disse.

—A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes. É preciso recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maiores e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem —completou.

Para a presidente da Findes, Cris Samorini, com o plano “Nova Indústria Brasil”, o Espírito Santo terá ainda mais potencial para atrair investimentos, gerar negócios e desenvolvimento socioeconômico para o Estado. —Entre os segmentos que o plano contempla e que tem grande potencial de contribuir com o desenvolvimento do Espírito Santo estão a atualização do parque industrial, a inovação e a tecnologia, a mobilidade verde (mobilidade e logística sustentável de baixo carbono) e a exportação— disse.

A industrial lembrou ainda que o Espírito Santo é o segundo estado mais industrializado do Brasil, com 38,4% de participação do setor no PIB capixaba. —Isso demonstra a importância que uma política industrial pode ter para o nosso Estado, que a partir do plano “Nova Indústria Brasil” terá mais condições para agregar valor à cadeia produtiva, estimulando a indústria de transformação— afirmou.

O diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, também avaliou a nova política industrial como muito positiva. Para ele, o conjunto de programas inseridos nas missões de política industrial tem potencial para permitir que o Brasil aproveite as oportunidades trazidas pela necessária descarbonização da economia, permitindo que o setor industrial brasileiro lidere o processo de desenvolvimento sustentável com inclusão social e redução das desigualdades.

—Nós vemos no mundo hoje uma grande janela de oportunidade para a descarbonização das cadeias produtivas brasileiras em torno da indústria verde, num contexto em que o Brasil apresenta diversas oportunidades. Temos vantagens para avançar nas atividades econômicas que mais agregam valor, como as economias desenvolvidas têm feito por meio de políticas industriais modernas— afirmou.

Entenda aqui o que é o CNDI e o que ele tem a ver com a nova política industrial —De acordo com o governo federal, serão R$ 300 bilhões para financiamentos destinados ao plano até 2026. Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, de diferentes fontes de recursos e redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil.

Nos moldes do Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao governo no ano passado, a Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que norteiam os trabalhos até 2033. Foram definidas áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações que envolvem a união dos integrantes do CNDI, tanto governo como setor produtivo nacional.

As seis missões anunciadas pelo CNDI.: Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética.

Para alcançar as metas dessa missão, algumas das prioridades são a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão, máquinas agrícolas para a grande produção, e a ampliação e a otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar para a produção de alimentos saudáveis.

Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde.

A meta é ampliar a participação da produção no país de 42% para 70% das necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros, contribuindo para o fortalecimento do SUS e a melhoria do acesso da população à saúde.

Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades — Uma das propostas é ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Para se ter uma ideia, hoje representa 59% da cadeia de ônibus elétricos.

Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade — Para que 90% do total das empresas industriais brasileiras (hoje são 23,5%) sejam digitalizadas e a participação da produção nacional nos segmentos de novas tecnologias seja triplicada, é preciso investir na indústria 4.0, no desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros.

Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para futuras gerações — Um dos objetivos para a transformação ecológica na indústria é aumentar o uso da biodiversidade pela indústria e, ainda, reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que tem 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido.

Missão 6: Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais — A meta é conseguir autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas para fortalecer a soberania nacional. Assim, a prioridade será para ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear, sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.