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09/12/2023

Cenário produtivo da cafeicultura nos próximos anos ainda é incerto

Os últimos dados divulgados pela Organização Internacional do Café (OIC) sobre o volume de café produzido no mundo apontam que o balanço global entre oferta e demanda por café deve registrar superávit de cerca de 1 milhão de sacas na safra 2023/24. A produção mundial deve atingir 178 milhões de sacas para um consumo de 177 milhões de sacas. Trata-se de uma variável simplesmente estimativa, mas observa uma realidade de equilíbrio entre oferta e demanda.

Em uma simples análise nota-se que os próximos anos serão de muitas incertezas em razão das condições climáticas adversas em que estamos vivendo.

Sobre a safra 2024/2025, como temos apontado, há uma grande incógnita, pois tivemos chuvas normais até o final de junho e o início de julho. No entanto, a abertura da florada nas lavouras de café acontece no mês de agosto. Logo em seguida, tivemos um curto período de chuvas, com uma elevação de temperatura nunca vista até então.

Após esse período, as chuvas continuaram de forma irregular, com excesso no Sul do país, ausência no Norte, e chuvas rápidas irregulares nas demais regiões, mas a permanência das temperaturas elevadas. Somado a isso, a incerteza está na intensidade do El Niño que alguns meteorologistas não acreditavam.

Agora, já em dezembro, começam nossas preocupações em relação a um possível veranico no mês de janeiro, cuja intensidade poderá ser muito forte em razão do El Niño.

Concluindo, vivemos num período de incertezas. Primeiro, com relação à produção. Segundo ponto a ser considerado é o impacto na economia mundial, que tem como base de nossa informação as guerras que comprometem os tesouros dos principais consumidores, tanto europeus como norte-americanos.

Ademais, as mudanças de governos como a posse de Javier Milei na Argentina (no dia 10 de dezembro), e as eleições em diversos países, inclusive, no maior consumidor de café do mundo, os Estados Unidos, nos levam a aconselhar prudência na gestão da atividade cafeeira.

. Por: Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café.