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18/11/2023

Endocrinologista alerta sobre fatores de risco para o diabetes e controle da doença

“Educar para proteger” é o tema da campanha do Dia Mundial do Diabetes 2023, celebrado em 14 de novembro, que tem como objetivo destacar o acesso de qualidade à Educação em Diabetes para profissionais e pessoas com Diabetes Mellitus.

Segundo dados da Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), mais de 537 milhões de pessoas vivem com Diabetes, a maioria desses casos é do diabetes tipo 2. No Brasil são 16,8 milhões de adultos convivendo atualmente com a doença ou cerca de 9,14% de sua população acima de 18 anos. Os dados são da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) 2021.

—Nós sabemos que a forma mais comum de diabetes é o chamado diabetes tipo 2, uma doença que aumenta sua ocorrência com a idade e que tem grande associação com excesso de peso e hábitos de vida. Os dados mostram que o envelhecimento populacional, somado ao aumento do sedentarismo, elevado consumo de ultraprocessados e, acima dos demais, a crescente prevalência de obesidade na população, são alguns dos fatores que explicam a alta de casos de diabetes no Brasil e no mundo —comenta a Dra. Natalia Treistman, endocrinologista da Clínica Felippe Mattoso e Labs a+, marcas do Grupo Fleury no Rio de Janeiro.

Segundo a médica, existem fatores de risco não modificáveis, como a carga genética de cada indivíduo e o envelhecimento populacional. —Entretanto, questões como hábitos alimentares e sedentarismo, além do controle do peso são fatores que podemos intervir tanto a nível individual quando a nível populacional com políticas públicas —alerta a especialista.

A Dra. Natalia ressalta que nos últimos anos ocorreu o desenvolvimento de diversos novos medicamentos para o tratamento do diabetes, agindo em mecanismos de ação da doença antes nunca alcançados. —Alguns desses novos remédios já demonstraram grande benefício em termos de proteção contra complicações renais e cardiovasculares. Além disso, algumas moléculas utilizadas no tratamento do diabetes também são medicamentos que atuam no controle da obesidade, de modo que ao tratar as pessoas obesas de forma mais eficaz é possível evitar casos futuros de diabetes— explica a Dra. Natalia.

A médica também faz um alerta sobre o fato de o diabetes ser uma doença silenciosa e apenas se manifestar quando complicações já estão instaladas. “Cuidar da saúde e procurar avaliação médica regular é fundamental para que seja feito o diagnóstico de forma precoce. Com o avanço do conhecimento e os tratamentos atualmente disponíveis é plenamente possível ter uma vida saudável convivendo com diabetes, bem como manter o adequado controle dos níveis de glicose que é fundamental para prevenir complicações. Além disso, alimentação saudável e atividade física regular, realizar consultas periódicas com o médico para ajuste do tratamento e realização de exames são algumas das medidas fundamentais& rdquo;, adverte Dra. Natalia.

A especialista esclarece alguns pontos necessários sobre a doença: Diagnóstico —O rastreio do diabetes é feito com exames laboratoriais e deve, idealmente, ser confirmado com dois exames distintos ou em duas ocasiões distintas. Podem ser avaliados os seguintes exames que, em caso positivos, confirmam o diagnóstico:

1) Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl (jejum de 8 horas);

2) Glicemia ao acaso (colhida em qualquer horário do dia, independente da última refeição realizada) ≥ 200 mg/dl em paciente com sintomas característicos de diabetes;

3) Glicemia ≥ 200 mg/dl duas horas após sobrecarga oral de 75 gramas de glicose; e

4) Medida da Hemoglobina Glicosilada (HbA1c) ≥ 6,5%.

Prevenção — Para prevenir o diabetes é preciso agir para controlar os chamados fatores de risco modificáveis. Existem fatores que não são possíveis de alterar, como a carga genética ou idade. Entretanto, pode-se modificar e melhorar os hábitos alimentares, reduzindo o consumo de ultraprocessados e privilegiando uma alimentação balanceada, rica em fibras, vitaminas e alimentos com menor carga glicêmica. Também deve-se evitar o sedentarismo, com a adoção da prática regular de exercícios físicos, a manutenção de um estilo de vida ativo, além de manter um peso saudável ao longo da vida.