Navio com oito guindastes de pátio e dois de cais atraca hoje no Tecon Santos; equipamentos integram o projeto de ampliação e modernização do terminal que envolve investimentos de R$ 2,6 bilhões até 2031.
O navio Zhen Hua 35 atracou no dia 16 de novembro (quinta-feira), no Porto de Santos, proveniente do Porto de Shanghai, na China, com dois novos portêineres (guindastes de cais) e oito e-RTGs (guindastes de pátio) adquiridos pela Santos Brasil. São equipamentos elétricos, de última geração e que estão alinhados ao conceito de economia de baixo carbono e à sustentabilidade do crescimento da atividade portuária.
Os equipamentos são parte importante das várias iniciativas já em implantação pela Companhia para se tornar carbono neutro até 2040. Compõem também o projeto de ampliação e modernização do Tecon Santos, um dos maiores e mais eficientes terminais de contêineres da América do Sul, que receberá investimentos de cerca de R$ 2,6 bilhões (em valores atualizados) até 2031 para aumentar sua capacidade dos atuais 2,4 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) para 3 milhões de TEUs.
A Santos Brasil investiu U$45 milhões nestes guindastes (US$ 22 milhões nos e-RTGs e US$23 milhões nos portêineres), que atravessaram o oceano já montados na embarcação. Outros R$ 40 milhões serão investidos em obras de infraestrutura elétrica e civil para adequar o pátio do terminal aos novos equipamentos.
Os oito e-RTGs vêm se somar aos demais 39 RTGs a diesel atualmente em operação. Já com os dois novos portêineres, a frota de guindastes de cais do terminal passará para 13 (dez da marca ZPMC e 3 IMPSA) – todos elétricos.
A previsão da Companhia é adquirir outros dois portêineres ZPMC e realizar a substituição gradativa dos atuais RTGs, que são movidos a diesel, por equipamentos elétricos ao longo dos próximos anos.
A substituição de um RTG tradicional por um modelo elétrico permite a diminuição de cerca de 21 toneladas de CO2/mês de emissões de GEE (gás de efeito estufa). A eletrificação total dos guindastes de pátio (RTGs) levará a uma redução de 97% das emissões de GEE desses equipamentos no terminal. Serão 713 toneladas de CO2/mês a menos lançadas na atmosfera, trazendo um enorme ganho ambiental. O aumento do consumo de energia do Tecon Santos será compensado por meio da compra de energia renovável (I-REC).
Os e-RTGs trazem também uma mudança importante para a operação, que é a possibilidade de serem conduzidos de maneira remota, permitindo mais conforto e segurança ao operador, que poderá controlar o equipamento de dentro de um moderno centro de operações.
Para Antonio Carlos Sepúlveda, diretor-presidente da Santos Brasil, a troca do diesel para a eletricidade é fundamental no processo de descarbonização da Companhia, por isso a chegada desses novos equipamentos é um marco. —Estamos iniciando um movimento importante para o crescimento sustentável do porto, aumentando a capacidade do Tecon Santos sem impactos significativos no meio ambiente. Ganham a sociedade, o setor e a Companhia— diz.
A operação para a retirada dos equipamentos do navio deve levar cerca de oito dias e envolve engenheiros do fabricante, além dos times de manutenção, segurança do trabalho, tecnologia da informação, operações e infraestrutura da Santos Brasil. A previsão é que os equipamentos entrem em operação no primeiro trimestre de 2024.
Equipamentos — Os dois portêineres recebidos foram fabricados pela empresa chinesa ZPMC. São elétricos, têm 50 metros de altura, do cais à lança, e 70 metros de comprimento de lança, além de capacidade para movimentar até dois contêineres de 20 pés cheios ao mesmo tempo e até 100 toneladas de carga. Como os dois últimos guindastes de cais recebidos em 2020, os novos equipamentos têm a tecnologia TPS (Truck Position System — sistema de posicionamento de carretas), que define de forma precisa o local de parada dos veículos para as movimentações de embarque e descarga.
Os E-RTGS também são da marca ZPMC. São elétricos, têm capacidade de 41 toneladas e sete contêineres de lastro e 6+1 de altura, e altura de 21,2m de içamento.