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10/11/2023

161,6 milhões de pessoas utilizaram a Internet no país em 2022, diz IBGE

Com destaque para proporção de pessoas com dez anos ou mais de idade que utilizaram a Internet no país passou de 84,7% em 2021 para 87,2% em 2022. O percentual de idosos (60 anos ou mais) que utilizam a Internet subiu de 24,7% em 2016 para 62,1% em 2022. 98,4% dos estudantes da rede privada e 89,4% dos alunos da rede pública utilizaram a Internet em 2022. O equipamento mais utilizado para acessar a Internet em 2022 foi o telefone móvel celular (98,9%). Em seguida, ainda com considerável diferença, vinha a TV (47,5%). A proporção de pessoas que acessavam a internet via microcomputador recuou de 63,2% em 2016 para 35,5% de 2022. O acesso à internet por meio do tablet também recuou, neste período, de 16,4% para 7,6%. A PNAD Contínua investigou, pela primeira vez em 2022, a frequência com que as pessoas utilizavam a Internet: 93,4% usavam todos os dias. 94,4% dos usuários acessaram a internet para conversar por chamadas de voz ou vídeo. As outras finalidades mais relatadas foram: enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail (92,0%); assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%) e usar redes sociais (83,6%).

Em 2022, 8,9% dos usuários acessaram a internet por conexão gratuita pública em escolas, universidades ou bibliotecas públicas. Entre os estudantes da rede pública usuários da internet, 26,7% utilizaram essa forma de acesso. A maioria das pessoas que não utilizaram a Internet em 2022 tinham menos instrução ou eram idosos (com 60 anos ou mais de idade). O motivo mais apontado pelas pessoas que não acessaram a internet foi por não sabe usar (47,7%). Para 66,1% dos idosos que não utilizaram a Internet, esse foi o principal motivo. Em 2022, 86,5% das pessoas de 10 anos ou mais de idade tinham telefone móvel celular para uso pessoal, o que representa um crescimento de 2,1 p.p. em relação a 2021 (84,4%).

Em 2022, entre as 185,4 milhões de pessoas de dez anos ou mais de idade do país, 87,2% (ou 161,6 milhões) utilizaram a Internet no período de referência (últimos três meses anteriores à entrevista), ante 84,7% em 2021. É o que mostra o módulo Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 09 de novembro de 2023.

Na área rural, o percentual era menor, mas vem crescendo: começou em 33,9% em 2016, na primeira edição da pesquisa, passou para 67,5% em 2021 e atingiu 72,7%, em 2022. —A proporção de pessoas que utilizam a internet cresce desde o começo da pesquisa, inclusive na área rural. No entanto, ainda se nota uma diferença grande frente às áreas urbanas, mesmo que essa diferença venha se reduzindo ao longo do tempo — ressalta o analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto.

A região com maior percentual de usuários da internet segue sendo o Centro-Oeste, influenciado pelo Distrito Federal, que tem a maior proporção (96,6%) de usuários entre as 27 Unidades da Federação. As regiões Norte (82,4%) e Nordeste (83,2%) permaneceram com os menores resultados, mesmo apresentando as maiores expansões entre 2021 e 2022: 6,1 pontos percentuais (p.p.) e 5,1 p.p., respectivamente.

Entre as pessoas sem instrução, 39,4% acessaram a internet, percentual bem inferior ao dos demais grupos de escolaridade, como as pessoas com ensino superior incompleto (98,7%) e com superior completo (98,2%).

Percentual de idosos que utilizam a Internet segue aumentando e chega a 62,1%.

As crianças e os idosos são os grupos etários com menor percentual de pessoas que utilizaram a Internet em 2022. O grupo etário de 10 a 13 anos registrou 84,9%, e esse percentual cresce sucessivamente até alcançar o pico de mais de 96% de usuários nos grupos de 20 a 24 anos e de 25 a 29 anos. Daí em diante, a proporção de usuários de Internet cai a cada grupo etário, chegando em 62,1% entre as pessoas de 60 anos ou mais.

Ainda que o uso da Internet venha crescendo em todos os grupos, o crescimento foi mais acelerado entre os idosos, com 60 anos ou mais de idade. Em 2016, a proporção de idoso que usavam a internet era de 24,7% subindo para 62,1% em 2022. —Esse aumento pode ter sido propiciado, entre outros fatores, pela evolução nas facilidades para o uso dessa tecnologia e na sua disseminação no cotidiano da sociedade. É um grupo que tem avançado bastante na utilização da Internet— explica Geaquinto.

O maior percentual de idosos utilizando a Internet estava no Centro-Oeste (69,4%) e o menor, no Nordeste (51,3%). Entre as UFs, o Distrito Federal (82,2%) foi líder, seguido pelo Rio de Janeiro (72,3%), Roraima (71,6%) e São Paulo (70,6%). No fim da lista, Paraíba (48,7%), Maranhão (46,4%) e Piauí (45,9%).

Estudantes utilizam mais a Internet, com diferenças entre rede privada e rede pública — Em 2022, 92,2% dos estudantes afirmaram utilizar a Internet, ao passo que entre não estudantes esse percentual foi de 85,9%, aumento nos dois recortes em comparação com 2021. —Quando se considera a rede de ensino, observam-se importantes diferenças no uso da Internet por parte dos estudantes —aponta Geaquinto. Enquanto 98,4% dos estudantes da rede privada utilizaram a Internet em 2022, esse percentual entre os estudantes da rede pública de ensino foi de 89,4%.

O Norte (84,0%) foi a única região em que o percentual de usuários da Internet entre os estudantes ficou abaixo de 90%. Os maiores percentuais foram observados no Sudeste (94,7%) e no Centro-Oeste (94,5%). Regionalmente, houve diferença entre rede privada e rede pública. No Norte e Nordeste, o percentual de estudantes da rede pública que utilizaram a Internet foi de 80,1% e 87,7%, respectivamente, enquanto nas demais regiões esse percentual variou entre 91,6% a 92,4%. Já quando são considerados apenas os estudantes da rede de ensino privada, o percentual de uso da Internet ficou acima de 97% em todas as regiões.

Uso da televisão cresce e o do microcomputador e do tablet caem:

O meio de acesso à Internet indicado pela grande maioria das pessoas foi o telefone móvel celular (98,9%). Em seguida, mas com considerável diferença, aparece a televisão. Desde o começo deste módulo da PNAD Contínua, o número de pessoas que utilizam a Internet pela TV vem crescendo em ritmo acelerado. Saiu de 11,3% em 2016 para 32,2% em 2019 até chegar a 47,5% em 2022. Já o microcomputador segue trajetória reversa: em 2016, o percentual de respostas era de 63,2%, passando para 46,2% em 2019 até chegar nos 35,5% de 2022. O tablet também vem caindo: de 16,4% em 2016 para 7,6% em 2022.

Considerando a condição de estudante, a pesquisa mostra algumas diferenças, embora, entre os estudantes, ainda haja um maior uso da televisão (53,2%), também apresentam maior percentual para microcomputador (45,8%) e para tablet (10,7%), quando comparados aos não estudantes. —No entanto, mesmo entre os estudantes, a utilização de microcomputador e tablet para acessar a Internet vem caindo ao longo dos anos— salienta o analista da pesquisa.

Mais uma vez, há diferenças significativas no uso dos equipamentos entre estudantes da rede pública e da rede privada. Enquanto 75% dos estudantes da rede privada acessavam a Internet pelo microcomputador, esse percentual foi de apenas 31,2% entre os estudantes da rede pública.

O uso da televisão para acessar a Internet ocorria para 68,8% dos estudantes da rede privada, sendo este percentual uma vez e meia o apresentado entre estudantes da rede pública (45,4%). No uso do tablet, a diferença chegou a quase três vezes: 18,4% na rede privada e 6,8% na rede pública.

Em 2022, 94,4% utilizavam a Internet para chamadas de voz ou vídeo — A PNAD Contínua investigou, pela primeira vez em 2022, a frequência com que as pessoas normalmente utilizavam a Internet. Entre quem utilizou, 93,4% usavam de forma habitual todos os dias; 2,7% utilizavam quase todos os dias (cinco ou seis dias por semana); 3,2% de uma a quatro vezes por semana; e apenas 0,7% utilizavam com uma frequência inferior a uma vez por semana. Entre as grandes regiões, o menor índice de frequência diária era para o Norte (89,2%) e o maior para o Centro-Oeste (95,0%).

Também para essa edição, a PNAD Contínua ampliou a investigação sobre a finalidade do acesso à Internet, adicionando novos itens a serem pesquisados, como usar redes sociais, ouvir músicas, rádio ou podcast e ler jornais, notícias, livros ou revistas, entre outros.

O percentual de pessoas que acessaram a Internet para chamadas de voz ou vídeo foi a finalidade mais informada, alcançando 94,4% dos usuários, uma queda de 1,3 p.p. em comparação com 2021. Em seguida foi enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos diferentes de e-mail, com 92,0%, uma queda de 2,9 p.p. em relação a 2021.

Outras finalidades de uso apontadas pela maioria dos usuários: assistir a vídeos, inclusive programas, séries e filmes (88,3%); usar redes sociais (83,6%); ouvir músicas, rádio ou podcast (82,4%); ler jornais, notícias, livros ou revistas pela Internet (72,3%); acessar banco ou outras instituições financeiras (60,1%); e enviar ou receber e-mails (59,4%). Entre os destaques, a resposta “jogar” apareceu para 32,4% das pessoas, com diferença marcante entre homens (39,0%) e mulheres (26,3%).

Entre os estudantes, as principais diferenças se referiam ao uso da Internet para jogar, muito maior entre os que estudam (60,2%) e acessar bancos ou outras instituições financeiras, consideravelmente menor (40,6%). “Tais diferenças podem ser explicadas pelo próprio perfil etário desses grupos, uma vez que os estudantes são, em média, mais jovens, e por isso, têm hábitos de utilização da Internet mais específicos”, justifica Geaquinto.

8,9% dos usuários acessaram a Internet gratuitamente em instituições públicas de educação — Também pela primeira vez, esse módulo da PNAD investigou o acesso gratuito à Internet (Wi-Fi) em alguns locais públicos. Dentre os locais investigados, 8,9% das pessoas que utilizaram a Internet afirmaram ter acessado o serviço gratuitamente em escolas, universidades ou bibliotecas públicas; 5,2%, em estabelecimentos públicos de saúde, como postos de saúde e hospitais públicos; e 5,5%, em praças ou parques públicos.

Regionalmente, para os três tipos de locais públicos pesquisados, o destaque foi a Região Sul, que apresentou os maiores percentuais de acesso gratuito à Internet: 11,7%, 7,9% e 8,1%, respectivamente.

No País, entre os estudantes da rede pública que utilizaram a Internet no período de referência, 26,7% acessaram o serviço de forma gratuita em escolas, universidades ou bibliotecas públicas, com a Região Sul também apresentando o maior percentual (35,5%).

Idosos e pessoas com menos instrução são maioria entre os que não utilizaram a Internet — Entre 185,4 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade, 12,8% afirmaram não ter utilizado a Internet no período de referência. A maioria desse grupo era constituído por pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto (78,5%) e com 60 anos ou mais (52,3%).

Entre os motivos, não saber usar a Internet (47,7%) e a falta de necessidade (23,5%) apareciam com maior percentual. Os motivos seguintes foram de razão econômica (serviço de acesso à Internet era caro, bem como equipamento eletrônico necessário era caro) que, juntos, somavam 16,2%.

O percentual de pessoas não utilizava a internet devido ao serviço não estar disponível foi mais elevado na Região Norte (9,7%) e na área rural (8,0%) do que a média nacional (3,6%).