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21/10/2023

Opep ressalta necessidade de transição energética plural em visita ao Rio de Janeiro

Encontro aconteceu no Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural (IBP), onde o secretário-geral da Opep defendeu o papel da indústria de óleo e gás para que ocorram transições justas, inclusivas e realistas.

Às vésperas da OTC Brasil 2023, uma das principais conferências de tecnologia offshore do mundo e que será sediada no Rio de 24 a 26 de outubro (terça a quinta-feira), o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) recebeu nesta quinta-feira em sua sede, em um evento para associados, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), SE Haitham Al Ghais.

Em um painel conduzido pelo presidente do Instituto, Roberto Ardenghy, o secretário-geral da Opep compartilhou previsões para a indústria até 2045, destacando o potencial energético brasileiro. —Vocês são um ótimo exemplo de liderança, com cerca de 60% de energia limpa em sua matriz. O governo e a indústria de energia brasileira compreendem a importância de manter os investimentos porque sabem que o mundo continuará necessitando de um portfólio diversificado e estável de fontes de energia —disse SE Al Ghais.

De acordo com a Opep, a demanda global de energia crescerá 23% até 2045, enquanto a economia global dobrará de tamanho e a população mundial ultrapassará 9,5 bilhões de pessoas. Neste contexto, a oferta de petróleo líquido de países não-membros da Opep crescerá robustamente no médio prazo, impulsionada por países como Brasil, Guiana e Estados Unidos.

Acompanhado do presidente do Instituto, Roberto Ardenghy, o responsável pela organização internacional falou dos cenários para o setor nos próximos anos e reforçou que não deve ser feita apenas uma transição energética, mas, sim, várias e de acordo com a realidade de cada nação.

—Nossa indústria mantém a estabilidade do crescimento econômico e da prosperidade por meio do fornecimento constante e seguro de energia. O mundo precisa disso para que os países consigam fazer suas transições energéticas de maneira justa, inclusiva e realista. Os membros da Opep adotam a transição energética. Nós estamos reduzindo as nossas emissões, diminuindo a queima, estamos descarbonizando. E acreditamos que é necessário respeitar o contexto de cada nação para que seja alcançado um objetivo comum a todos— ressaltou SE Al Ghais.

O papel essencial da indústria de óleo e gás, responsável por fornecer cerca de 60% da energia primária do mundo com responsabilidade, segurança e responsabilidade ambiental foi destacado pelo presidente do IBP, Roberto Ardenghy. —Nós temos tecnologia, modelos e processos que asseguram a nossa atividade. É por isso que o Brasil produz, diariamente, 3,5 milhões de barris de petróleo, com o diferencial da descarbonização, respeitando o meio ambiente e com enorme prudência— disse Ardenghy.

O líder da Opep ressalta que, com mais de 650 milhões de pessoas sem acesso à eletricidade atualmente e com mais de dois bilhões de pessoas sem combustíveis limpos para cozinhar, a busca por todas as fontes de energia aumentará, com exceção do carvão. —O nosso setor precisará de investimentos de 14 trilhões de dólares até 2045, sendo 11,1 trilhões no upstream, 1,7 trilhão no downstream e 1,2 trilhão no midstream—.

Para o executivo, o petróleo permanecerá no topo da matriz energética com a previsão de que a procura aumente em mais de 16 milhões de barris por dia até 2045, um crescimento de 6 milhões de barris por dia em comparação com as perspectivas feitas em 2022. Em termos setoriais, transporte rodoviário, petroquímico e aviação manterão a liderança do aumento da demanda.

A OTC Brasil 2023, um dos principais eventos sobre tecnologia offshore do mundo e o maior do país, começa na próxima terça-feira, na Expo Mag, no Rio de Janeiro. A programação completa e as inscrições estão disponíveis no endereço: https://otcbrasil.org