Estudos científicos e práticas de saúde constatam que a inflamação do corpo está na gênese de todas as doenças crônicas da atualidade – da obesidade aos problemas cardiovasculares, do cansaço ao Alzheimer.
Quando o corpo se sente atacado, libera uma resposta inflamatória para reparar eventuais perdas e danos. É uma defesa natural, pois o organismo quer lutar contra agentes como infecções por bactérias, vírus, parasitas, ferimentos ou traumas. Essa situação é aguda e o processo inflamatório tem início, meio e fim.
Entretanto, o problema é quando a inflamação não cessa e se torna crônica. Este é o nome dado pela ciência para essa resposta inflamatória que permanece, não se desliga, dura meses e até anos. A mobilização das células de defesa do corpo não cessa jamais e, em vez de recuperar a lesão, vai danificando a própria estrutura do corpo de forma profunda, silenciosa e invisível.
Um dos estragos é a lesão no revestimento das artérias. Já no sistema nervoso, quando o cérebro permanece inflamado, ele pode desenvolver Alzheimer ou outros tipos de demência, Parkinson, depressão, ansiedade. Se o processo de inflamação incessante perdura nas articulações, desenvolve artrite e dores que não passam. Já no pâncreas, a inflamação pode levar à resistência à insulina, o primeiro passo para o desenvolvimento do diabetes tipo 2 e da obesidade. Grande parte dos casos de câncer hoje também tem como causa a inflamação crônica. Sem falar nos incômodos do dia a dia, alergias, cansaço, problemas de pele, tudo isso pode ser consequência de um corpo inflamado.
Muitas pessoas acreditam que a genética é determinante para a manifestação de doenças, olhando isoladamente para cada uma das sequelas da inflamação. Entretanto, a genética que herdamos determina no máximo 20% de como envelhecemos, e se vamos ou não manifestar certas doenças. Os pesquisadores são categóricos em afirmar que mais de 80% do que experimentamos em nossa saúde e bem-estar estão relacionados às escolhas que fazemos todos os dias.
O primeiro passo para conter a inflamação crônica é parar de alimentá-la e colocar em prática os sete pilares da desinflamação: oferecer nutrientes “adorados” pelas bactérias boas que compõem a microbiota intestinal, como as fibras encontradas nos alimentos naturais; ter um sono reparador; priorizar uma dieta com folha, legumes e frutas, depois peixes e ovos, e, por fim, carne vermelha em menor quantidade; fazer uso dos “superalimentos” (retirados da terra), como o alecrim, a sardinha, o ovo, a batata yacon, o coco, a couve; gerenciar o estresse (a qualidade da nossa saúde mental está atrelada à nutricional); praticar exercícios físicos, seja caminhada, treino em academia, aula de dança; e não negligenciar a hidratação (ingerir, pelo menos, um copo de 200 ml de água a cada uma hora).
Nos meus 15 anos de experiência clínica, atestei que essa metodologia pode contribuir para você retomar as rédeas da sua saúde!
. Por: Dra. Gisela Savioli, nutricionista clínica funcional, fitoterapeuta, escritora e apresentadora do Programa “Mais Saúde”, pela Rádio e TV Canção Nova.