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11/08/2023

Roberto Campos Neto sinaliza extinção do ‘ rotativo’ para conter juros do cartão de crédito

Em audiência do Senado Federal, presidente do Banco Central sugeriu que faturas vencidas fossem para sistema de crédito parcelado do cartão, com uma taxa mensal de juros próxima a 9%.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou, no dia 10 de agosto (quinta-feira), que se estuda a extinção do crédito rotativo — quando o consumidor não faz o pagamento total da fatura do cartão até o vencimento — como uma forma de combater a inadimplência nos cartões de crédito.

A taxa de juros do crédito rotativo ficou em 437,3% ao ano em junho.

Em audiência pública no Senado, Campos Neto afirmou que os técnicos da autoridade monetária estudam encaminhar os devedores direto para o parcelamento da dívida, que teria taxas de juros menores, em torno de 9% ao mês — atualmente está em média em 15%.

Campos Neto apontou que o grande problema do endividamento do brasileiro é o cartão de crédito.

Segundo ele, este cenário é resultado do parcelado sem juros, que ajuda o comércio, mas que tem aumentado. —Saímos de cento e poucos milhões de cartões crédito para 215 milhões em dois anos e meio, resultando em inadimplência em 52%—.

Atualmente, o cartão de crédito corresponde a 40% das compras no Brasil. Campos Neto chegou a falar da possibilidade de limitar o juro de cartão, mas pontuou que poderia causar um problema ao consumo, pois seria uma forma dos bancos tirarem este meio de pagamento das pessoas que apresentam mais risco de não pagar as parcelas.

—Criar algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento tão longo não é proibir, mas fazer com que os consumidores fiquem mais disciplinados para não afetar o consumo—.

O presidente do Banco Central ressaltou que a solução, será apresentada em até 90 dias.