No universo do empreendedorismo feminino brasileiro, como mostram os números do IBGE, de 2021 para 2022, a participação de mulheres empreendedoras no Brasil cresceu 30%. No entanto, quando se olha para o número de mulheres em cargos de liderança de empresas, elas estão em apenas 37,4% destas funções corporativas.
A engenheira de alimentos catarinense Caroline Dallacorte, de apenas 31 anos, venceu esse desafio e acaba de assumir a posição de CEO da Syos, a startup brasileira que faz monitoramento de temperatura e umidade de alimentos e medicamentos em toda a cadeia do frio brasileira. Após a fusão de sua empresa, a PackID, com a Syos, anunciada em janeiro, Caroline assumiu a diretoria de crescimento e, agora, com o novo organograma pós-fusão, é a líder da empresa tecnológica. Paulo Lerner, fundador da Syos, assumiu o cargo de CRO.
Subir ao primeiro degrau do pódio da inovação, muitas vezes em premiações internacionais, é uma das marcas de Caroline, que iniciou sua vida profissional em Chapecó (SC). Conquistas como o primeiro lugar na Advanced Materials Competition (AdMaCom), na Alemanha, em 2016, e o Tech Emerge, no México e na Colômbia, em 2021, mostram o quanto é grande a paixão da doutoranda na área de Tecnologia e Gestão da Inovação, pelo setor. Em 2017, teve seu trabalho reconhecido pelo Start Up Brasil, aceleração Ace. Dois anos depois, recebeu o investimento da GV Angels e outros grupos apoiadores. Já em 2020 recebeu aporte do Fundo WE Ventures, que tem como foco startups que possuam na sua sociedade mulheres empreendedoras.
—Empreender não é só criar um CNPJ. É buscar soluções e ideias e saber trabalhar em conjunto por elas. Eu sou a favor de visões complementares se somando. Acredito que mulheres no mercado de trabalho possam trazer novas capacidades e reflexões. Não para competir ou tirar espaço, mas para somar e gerar um resultado ainda maior para esse ecossistema de inovação e tecnologia— defende ela.
A liderança de Caroline chega em um momento cheio de novidades para a Syos. A startup brasileira acaba de entrar para o Cubo, hub de inovação ligado ao Itaú. De acordo com um levantamento realizado pelo Cubo Itaú, as startups que fazem parte do hub fecharam o ano de 2022 com um faturamento de R$9,7 bilhões e ultrapassam R$5 bilhões em aportes e investimentos recebidos. E atraiu a atenção de investidores como a Equus Capital, que acaba de concretizar um aporte de até R$ 12 milhões. Atuando em todo o Brasil, a startup tem faturamento projetado superior a R$ 20 milhões para 2023 e sua meta é alcançar mais de mil clientes até o fim do ano.