— O investimento em energia verde do Brasil está ganhando tração, impulsionando a transição energética do país, de acordo com o último relatório da Moody’s. No entanto, certos gargalos de infraestrutura, financeiros e relacionados a políticas persistem, mesmo quando novos arcabouços jurídicos ganham força, o que incentivaria a participação do mercado para ajudar a atender à crescente demanda de energia.
Os recursos naturais abundantes e capacidades industriais em expansão apoiam as metas de descarbonização de longo prazo do Brasil. O investimento em bioenergia está em expansão nas regiões agrícolas e o combustível de aviação sustentável (SAF, em inglês) está avançando com os incentivos regulatórios e a crescente demanda do setor de aviação. Os setores siderúrgico e químico estão buscando se afastar dos combustíveis fósseis, e o governo está explorando projetos de energia vinculados à infraestrutura na região amazônica.
À medida que a geração renovável aumenta, a capacidade limitada de transmissão do Brasil ameaça impedir que energia adicional chegue aos clientes. Para superar esses gargalos, o Brasil está intensificando a implantação de sistemas de armazenamento em baterias para ajudar a absorver o excesso de energia e enviá-la à rede elétrica quando necessário, em vez de quando ela é produzida. Novas leis e regulamentações permitirão um desenvolvimento futuro da energia eólica, biocombustíveis e SAF no Brasil.
Os sistemas de financiamento em evolução visam atrair o capital privado para apoiar os esforços de transição energética. O governo adotou esforços regulatórios significativos para incentivar o investimento, incluindo um sistema de comércio de créditos de emissão. Mas os custos elevados de capital, entre outros fatores, ainda ameaçam dissuadir o investimento privado.
Os obstáculos administrativos também restringem os projetos e investimentos em tecnologias sustentáveis, apesar de alguns progressos. A fragmentação dos processos de licenciamento federal, estadual e municipal cria sobreposição de requisitos e atrasos processuais, com licenciamentos ambientais demorados e critérios inconsistentes. As disputas por terras também complicam o desenvolvimento, especialmente de instalações solares e eólicas de grande escala. Os formuladores de políticas estão tentando suavizar alguns desses obstáculos por meio de regulamentações federais e novas leis— conclui o relatório da Moody’s.