Entrar no mercado financeiro americano exige mais do que capital: é preciso estratégia, disciplina e credibilidade. Para o investidor brasileiro, construir essas bases abre portas para taxas competitivas, limites maiores, aprovações rápidas e acesso a produtos “Premium”, desde cartões de crédito a financiamentos imobiliários.
O primeiro passo é abrir uma conta bancária pessoal nos Estados Unidos. Essa conta será sua vitrine financeira, demonstrando estabilidade e coerência nas movimentações. Planeje suas remessas com inteligência cambial e documentação sólida, comprovando a origem dos recursos por meio de IRPF, contratos ou distribuição de lucros. Os bancos valorizam previsibilidade e transparência: fluxos regulares e bem documentados fortalecem sua imagem diante do sistema financeiro.
Em seguida, formalize uma empresa, geralmente uma LLC (Limited Liability Company), e solicite o EIN(CNPJ no Brasil) junto a IRS(Receita Federal Americana). Essa estrutura separa o patrimônio pessoal do empresarial, facilita investimentos, permite abrir conta jurídica e acessar cartões corporativos e linhas de crédito empresariais. A credibilidade começa na governança: mantenha contabilidade e impostos separados, demonstrando profissionalismo e organização.
Quem ainda não possui SSN (Social Security Number) deve solicitar o ITIN, número fiscal emitido pelo IRS para contribuintes sem SSN. Ele é essencial para cumprir obrigações tributárias e pode liberar acesso a produtos financeiros destinados a não residentes, como cartões com garantia e empréstimos iniciais. Quanto antes o ITIN for obtido, mais cedo começa a construção do histórico.
O crédito americano se baseia em cinco pilares: pontualidade nos pagamentos, utilização do limite, tempo de histórico, novas consultas e diversidade de produtos. A melhor forma de começar é com um cartão de crédito com garantia (secured), onde o depósito feito se torna o limite disponível. Use-o regularmente, sem ultrapassar 30% do limite (idealmente 10%), e pague o valor total da fatura em dia. Antecipar pagamentos ajuda a manter o índice de utilização baixo e melhora o score.
Outra boa estratégia é contratar um empréstimo “credit builder”, que comprova sua capacidade de pagar parcelas fixas e complementa o mix de crédito. Após seis a doze meses de uso disciplinado, você já pode solicitar aumento de limite ou migrar para um cartão sem garantia (unsecured). Com o tempo, adicionar um financiamento de veículo e futuramente um imóvel consolida seu histórico e amplia oportunidades.
No âmbito empresarial, um cartão corporativo também pode começar com garantia e servir para centralizar despesas do negócio. À medida que a empresa cresce e demonstra faturamento, os limites aumentam e novas linhas de crédito são liberadas. O segredo está na consistência: pagar tudo em dia, evitar solicitações excessivas de crédito, manter o cartão mais antigo e distribuir gastos de forma equilibrada.
Por fim, mantenha sempre a documentação societária e fiscal organizada. Cada instituição financeira tem suas próprias regras, e a orientação de um contador e advogado com experiência nos dois países é indispensável.
Com paciência, método e transparência, o investidor brasileiro pode transformar sua presença financeira nos EUA em uma trajetória sólida e próspera com crédito forte, confiança bancária e um portfólio digno do mercado mais competitivo do mundo.
• Por: Zaira Bertolo Teles, formada em Business Administration pela University of Central Florida (UCF) em 2025, fez especialização em Integrated Business, com certificação em Estudos Gerais e Business Operations Support and Assistant Services no ano de 2021, pelo Valencia College, Foi Volunteer em diversos “Clubs” do Lake Nona High School, como Key Club International, Hope Club Lake Nona e Ronald McDonald House Charities of Central Florida. Hoje segue o seu voluntariado no Red Cross. Em 2019 iniciou sua carreira como Front Desk Agent, passando a Concierge de um grande empreendimento imobiliário em Orlando e atualmente é gerente em um banco americano há 4 anos.