paulo-marcelo

27/09/2025

Organizações do futuro: a travessia para uma nova era

As organizações do futuro estão sendo erguidas em um cenário onde a tecnologia atua não apenas como ferramenta de apoio, mas como a espinha dorsal da transformação estrutural dos negócios e da sociedade.

Empresas que hoje se reinventam, moldadas pela inteligência artificial (IA), pela ciência de dados e pela conectividade generalizada, pavimentam o caminho para uma economia em que cidades inteligentes, transportes altamente sustentáveis, modelos produtivos de baixo carbono e medicina avançada não serão exceções, mas parte de um ecossistema integrado e interdependente.

Nesse horizonte, as organizações capazes de compreender a dimensão estratégica da inovação não apenas sobreviverão, mas definirão os parâmetros do progresso humano e econômico. Não por acaso, a jornada para se tornar uma organização do futuro exige mais do que investimento em tecnologias emergentes.

Exige visão, coragem e construção de um modelo de governança inovadora, que alie agilidade com responsabilidade social e ambiental. A excelência operacional deixará de ser medida apenas pela produtividade ou pela redução de custos, passando a incluir métricas de impacto socioambiental, fluxo contínuo de reaproveitamento de recursos, aprendizado contínuo e contribuições para o bem-estar coletivo.

O futuro aponta para modelos de gestão mais horizontais, baseados em colaboração em rede, inteligência coletiva e processos decisórios sustentados por dados em tempo real. Nesse cenário, tecnologias como GenAI (inteligência artificial generativa) e preditiva, computação quântica, 5G/6G, biotecnologia, robótica avançada, blockchain e computação em nuvem hiperconectada estarão no centro das operações.

Revolução tecnológica será também ética e cultural — Cada uma dessas inovações dará suporte a sistemas complexos que integrarão desde mobilidade elétrica compartilhada até medicina de precisão, capaz de antecipar diagnósticos e personalizar tratamentos com base em padrões biomoleculares.

A revolução tecnológica será também uma revolução ética e cultural, pois implicará repensar como a inovação pode servir ao desenvolvimento humano e à sustentabilidade global.

Não é ficção ou sonho. Os sinais já estão presentes. Tesla e BYD, por exemplo, redefinem o setor automotivo ao combinar carros elétricos, direção autônoma e ecossistemas energéticos sustentáveis, sinalizando o futuro da mobilidade de baixo carbono.

Na área da saúde, a DeepMind, do grupo Alphabet, desenvolveu algoritmos capazes de prever doenças renais com até 48 horas de antecedência, ampliando as fronteiras da medicina preditiva. E isso em 2019.

No Brasil, a Embraer já projeta aviões elétricos de decolagem vertical (eVTOL), parte de um novo ecossistema de transportes urbanos sustentáveis. As cidades também se transformam: Songdo na Coreia do Sul, é exemplo de cidade inteligente concebida do zero, com sensores integrados em sua infraestrutura, enquanto Singapura lidera no uso de big data e IoT para otimizar tráfego, consumo energético e segurança urbana.

Valor do capital humano — Contudo, nenhuma transformação estrutural será possível sem o capital humano e uma liderança protagonista. O peso da qualificação profissional nas organizações do futuro assumirá contornos distintos dos modelos tradicionais. Diplomas e certificados ainda terão valor, mas perderão a relevância como diferencial diante de um mundo que demandará habilidades adaptativas, criatividade, pensamento crítico e capacidade de colaboração interdisciplinar.

A era da hiperqualificação não estará centrada apenas no acúmulo de títulos, mas na demonstração prática de talentos, competências digitais e socioemocionais que permitam navegar em ecossistemas voláteis, incertos e em permanente evolução. A aprendizagem contínua, lifelong learning, será a nova régua da excelência profissional, assim como a capacidade de correr riscos, aprender com os erros e se adaptar com sabedoria no papel de líder.

Assim, as organizações do futuro serão aquelas que compreenderem que inovação não é apenas resultado de laboratórios de pesquisa sem aplicação de impacto ou linhas de código perfeitos, mas o reflexo de uma visão integrada: tecnologia como instrumento de impacto positivo, pessoas como protagonistas da mudança e líders como guardiões de um propósito coletivo. A convergência desses elementos definirá não apenas empresas mais competitivas, mas também sociedades mais inteligentes, resilientes e humanas.

Por: Paulo Marcelo, CEO da Solutis. | A Solutis é o Tech Partner que acelera a estratégia tecnológica e a adoção de IA pelos clientes. Com uma abordagem ágil, conecta Tecnologia a Negócio. Transforma desafios em soluções de mercado, a partir da sua abordagem “AI First”, desenvolve produtos digitais por meio do ciclo ArchDevDataOps, integra as plataformas FICO e Salesforce, realiza migração e suporta ambientes digitais em Clouds AWS e Azure.  A Solutis conta com um time de mais de 1000 Soluters no Brasil, atuando a partir de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Conectada aos ecossistemas de inovação, integra Plataformas e Startups às arquiteturas de aplicações, construindo jornadas simples e no menor tempo para empresas dos setores Financeiro, Público e Utilities.