O ouro voltou ao centro das atenções em 2025, após acumular alta de mais de 40%. Diante desse movimento, muitos investidores questionam se ainda é hora de entrar. A resposta exige compreender que o metal não deve ser visto como aposta de curto prazo, mas como proteção estratégica de longo prazo.
Historicamente, o ouro cumpre papel de reserva de valor. Ele resiste a crises, preserva poder de compra em períodos inflacionários e contribui para a diversificação de portfólios, já que apresenta baixa correlação com ações e títulos. Em momentos de instabilidade financeira ou geopolítica, tende a preservar ou aumentar seu valor, quando outros ativos sofrem.
Na Valios Capital, utilizamos ouro em duas camadas: estrutural, entre 4% e 6% do portfólio, sempre presente; e tática, que pode chegar a 10% em cenários de estresse sistêmico. É essencial entender que o ouro não gera dividendos ou renda. Ele deve ser visto como um seguro: você espera não precisar, mas quando a crise chega, cumpre um papel inestimável.
Quanto à forma de investir, os ETFs são o veículo mais eficiente, pela liquidez e custo baixo. Fundos e BDRs também oferecem acesso, mas com taxas mais elevadas. Stablecoins lastreadas em ouro, como a PAXG ou Tether Gold, representam um passo interessante da tokenização de ativos.
A moeda escolhida também importa. No Brasil, investir em ouro atrelado ao real protege duplamente: contra crises globais e contra a desvalorização cambial. Já investidores com patrimônio dolarizado podem optar pela exposição direta ao metal em dólares.
Mesmo após a valorização recente, a recomendação é clara: quem não tem ouro deve iniciar sua exposição, de forma gradual. O maior risco não é comprar após uma alta, mas ficar sem proteção quando a próxima crise chegar. O ouro não é espada para multiplicar capital, e sim escudo para preservar riqueza.
• Por: Raul Nogueira, Economista e CFO da Valios Capital.