Os EUA atualmente aparecem em quarto lugar no ranking de destinos das exportações do setor têxtil brasileiro. Indústria busca novos mercados.
A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), disse em coletiva de imprensa, no dia 20 de agosto (quarta-feira), que a indústria têxtil brasileira pode cortar até cinco mil empregos diretos e 15 mil indiretos por causa dos efeitos do tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre grande parte dos produtos exportados pelo país aos norte-americanos.
Na ocasião a entidade fez um balanço do ano em que projeta crescimento de 3,1% este ano, mas desacelerar em 2026 1,2%, em linha com o menor crescimento para a economia doméstica como um todo.
As vendas do setor no varejo é de crescimento de 3% este ano, mas de apenas 0,7% em 2026.
Essas projeções já levam em conta os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, segundo o presidente emérito e superintendente da Abit, Fernando Pimentel.
— Sabemos do tamanho do prejuízo, mas não estamos jogando com essa perspectiva, como foco em continuar com a diplomacia empresarial— afirmou Pimentel.
EUA são o quarto principal destino das exportações do setor — Atualmente, os EUA aparecem em quarto lugar no ranking de destinos das exportações do setor têxtil brasileiro. No ano passado, foram transacionados US$ 68 milhões, dos quais US$ 46 milhões em produtos têxteis e US$ 22 milhões em vestuário.
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil ao mercado norte-americano, estão meias e itens de moda praia e moda feminina. Os únicos produtos têxteis incluídos na lista de exceções ao tarifaço são os cordéis de sisal.
— O mercado americano é o maior do mundo e muito seguro depois que você se estabelece. Vamos continuar negociando e espero que uma hora a razão chegue, porque não há nenhuma razão nessas medidas — defendeu Pimentel.
Novos mercados estão no radar: — A indústria têxtil nacional já começou a busca por novos mercados, especialmente em países como Portugal e Canadá, e já registrou alta de 11,4% ante o mesmo período do ano passado.
Mas reconhece que os efeitos na busca de novos mercados não são imediatas, demanda de pleo menos oito anos para se concretizar. Mas é uma saída relevante para conexões de empresas e atração de investimentos.
Abit integra a missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos EUA, com agenda nos dias 03 e 04 de setembro (quarta e quinta-feira), na Embaixada brasileira em Washington e audiência pública no USTR. A iiniciativa reunirá associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas, com o objetivo de ampliar o diálogo com o governo e o setor produtivo norte-americano.