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13/08/2025

BNDES aprova R$ 239,3 milhões do FMM para reformas de 15 embarcações e obras de estaleiro no Porto do Açu

Uma das operações, no valor de R$ 186,1 milhões, à Bram Offshore Transportes Marítimos Ltda, é voltada a reparos, modernizações e conversões de 15 embarcações. Outro financiamento, de R$ 53,2 milhões, à Estaleiro Navship Ltda, é para a conclusão de empreendimento no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), que teve obras paralisadas na pandemia.

Em 2024, o BNDES aprovou R$ 6 bilhões para projetos financiados pelo FMM, maior valor em 12 anos.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a destinação de R$ 239,3 milhões em dois novos financiamentos para o Grupo Edison Chouest Offshore, que opera estaleiros e terminais portuários, bem como oferece serviços de armação e afretamento de embarcações, de manutenção de infraestruturas submarinas, apoio logístico, entre outros. Os recursos são provenientes do Fundo da Marinha Mercante (FMM), operado pelo Banco.

Uma das operações, no valor de R$ 186,1 milhões, foi aprovada em favor da Bram Offshore Transportes Marítimos Ltda, principal empresa do grupo no Brasil. O financiamento é voltado a reparos, modernizações e conversões em 15 embarcações com o custo de R$ 206,8 milhões, de forma que o BNDES apoia 90% do total.

Entre as intervenções, destaca-se a modernização de uma embarcação tipo ATHTS Mr Chafic empregada em um contrato de afretamento com a Petrobras. A implementação de propulsão híbrida, com a instalação de baterias a bordo, permitirá a redução de consumo de combustível e de emissões de gases de efeito estufa na operação em contrato de afretamento com a Petrobras.

As intervenções são conduzidas no estaleiro localizado em Navegantes (SC) e operado pelo Estaleiro Navship Ltda, outra empresa do conglomerado. Além da contribuição para a manutenção de empregos qualificados, o projeto demanda 413 postos de trabalho durante as intervenções.

—O BNDES atende à determinação do governo do presidente Lula de retomar o apoio à indústria naval no Brasil, um país em que mais de 95% do comércio exterior se dá por via marítima. Os investimentos, via Fundo da Marinha Mercante, contribuem para impulsionar um setor fundamental para a economia nacional e que gera muitos empregos no país —afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Novo estaleiro no Porto do Açu — A outra aprovação envolve uma suplementação no valor de R$ 53,2 milhões para financiamento aprovado pelo Banco em 2017 para a construção de um novo estaleiro da Navship, dedicado a reparos e manutenção de embarcações. Localizado no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), suas obras, estavam previstas para serem concluídas em novembro de 2019. No entanto, paralisações durante a pandemia de covid-19 geraram atrasos.

O BNDES já havia repassado ao projeto R$ 183,3 milhões. Com a suplementação aprovada de R$ 53,2 milhões, foi alcançada a soma de R$ 236,5 milhões. Considerando também os recursos próprios investidos pela empresa, a construção do estaleiro demandou um total de R$ 322,3 milhões.

As operações no novo estaleiro, que possui uma área 106 mil metros quadrados, demandam 322 novos empregos.

Fundo da Marinha Mercante — O FMM é administrado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), por intermédio do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (CDFMM). O BNDES atua como agente financeiro. De natureza contábil, ele busca prover recursos para o desenvolvimento da Marinha Mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras. Sua principal fonte de recursos é o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), tributo instituído pelo Decreto-Lei 2.404/1987.

Em 2024, o BNDES aprovou um total de R$ 6 bilhões em crédito para projetos financiados pelo FMM. É o maior valor aprovado em 12 anos e representa mais de três vezes a soma dos anos entre 2019 e 2022. Nesse período, o Banco aprovou R$ 1,9 bilhão para projetos com recursos do Fundo. Além disso, os R$ 6 bilhões de 2024 superam também os R$ 3,9 bilhões dos sete anos anteriores (entre 2016 e 2022).

BNDES Azul — Em janeiro de 2024, o Banco lançou a iniciativa “BNDES Azul”, uma frente para desenvolver a economia azul brasileira com investimentos focados em pesquisas, por meio do Planejamento Espacial Marítimo (PEM), na descarbonização da frota naval e na infraestrutura portuária. Pesca, turismo, transporte marítimo e fluvial, exploração de petróleo, bioenergia e preservação de sítios ambientais são algumas das atividades desenvolvidas.

A empresa — O Grupo Edison Chouest Offshore foi fundado nos Estados Unidos e suas empresas carregam um histórico de atuação no mercado de apoio marítimo offshore desde a década de 1960. No Brasil, as atividades do grupo tiveram início em 1991. Atualmente existem oito subsidiárias atuando no país. A principal delas, a Bram, surgiu em 2006 e presta suporte à operação de serviços auxiliares a plataformas de petróleo e gás natural. Atualmente, é a maior companhia de apoio offshore do país, operando uma frota de 77 embarcações. Sua carteira de clientes é formada pelas principais empresas de óleo e gás presentes no Brasil, especialmente a Petrobras, responsável pelo afretamento de cerca de 87% da frota.

Já o Estaleiro Navship Ltda, com sede em Navegantes (SC), foi fundado em 2005 para atuar na construção, reparos, conversões e modernizações de embarcações de médio porte. Embora atenda terceiros, seu principal cliente é a Bram.

A construção de uma nova filial do Estaleiro era considerada estratégica para o crescimento do grupo. A Bram assinou recentemente contratos com a Petrobras que demandarão a construção de 10 novas embarcações em Navegantes (SC). Dessa forma, a unidade de São João da Barra (RJ) absorverá alta demanda de manutenção, conversão e modernização da frota do grupo.