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12/08/2025

FGV leva tecnologia à Amazônia: fábrica de gelo transforma economia pesqueira de Carauari

Uma jornada de mais de três mil quilômetros conecta o Rio Grande do Sul ao coração da Amazônia, levando esperança e desenvolvimento sustentável através de uma fábrica de gelo de alta tecnologia.

A Fundação Getulio Vargas (FGV), agência executora da Fase 2 do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil), está concretizando uma das mais desafiadoras e transformadoras iniciativas logísticas já empreendidas na região amazônica. Uma moderna fábrica de gelo, fabricada em Canoas (RS), está sendo transportada através de uma complexa operação multimodal até Carauari, no Amazonas, via Rio Juruá, representando muito mais que um equipamento industrial: simboliza a materialização do compromisso da FGV com o desenvolvimento sustentável, a bioeconomia e a aplicação da inovação em territórios remotos, fortalecendo cadeias produtivas locais e promovendo impacto social concreto na Amazônia.

O Projeto ASL Brasil, financiado pelo Global Environment Facility (GEF) e implementado pela FGV, tem como objetivos estratégicos ampliar e aperfeiçoar o gerenciamento de Unidades de Conservação estaduais e federais, aumentar a área sob recuperação da vegetação, incentivar o uso sustentável da floresta e fortalecer as cadeias produtivas dos produtos da biodiversidade na Amazônia. Nesse contexto, a fábrica de gelo de 13 toneladas/dia representa um investimento direto na bioeconomia amazônica, consolidando Carauari como hub regional de beneficiamento pesqueiro sustentável.

Desafio Logístico e Inovação Tecnológica — O transporte desta fábrica de gelo representa um enorme desafio logístico. O equipamento completo, pesando 5.516 quilos e composto por sete componentes especializados, está sendo transportado em uma operação multimodal que conecta: . Trecho rodoviário: Canoas/RS até Manaus/AM; Trecho fluvial: 788 km pelo Rio Juruá, de Manaus até Carauari; Duração estimada: sete a 12 dias de navegação fluvial.

A complexidade desta operação exige coordenação logística excepcional, considerando as particularidades do transporte fluvial amazônico: o Rio Juruá, conhecido como o mais sinuoso do mundo, demanda navegação exclusivamente diurna e conhecimento técnico especializado de suas variações sazonais. A FGV coordenou todos os aspectos técnicos, incluindo seguro total da carga, sistema de rastreamento 24 horas e protocolos especiais de manuseio para equipamentos de alta sensibilidade.

A fábrica de gelo especificada pela FGV representa o estado da arte em tecnologia de refrigeração industrial adaptada para condições amazônicas. O sistema inclui: Gerador de gelo em escamas com capacidade de 13 toneladas/24h; Compressor alternativo de 60 cv com regime de operação -10°C/+35°C; Condensador evaporativo com capacidade de 300 mil kcal/h; Sistemas de controle automatizados com quadros elétricos especializados; Trocador de calor tubular totalmente galvanizado para durabilidade extrema.

Esta tecnologia permitirá que os pescadores de Carauari mantenham seus produtos em condições ideais por períodos prolongados, aumentando potencialmente a renda familiar em até 20%, conforme evidenciado por projetos similares na região. O gelo produzido não apenas conservará o pescado, mas também viabilizará a conservação de medicamentos, alimentos perecíveis e produtos da biodiversidade amazônica.

Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) — O Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL Brasil) é uma iniciativa do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), por meio de sua Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais (SBIO). Sua execução é realizada pelo Fundo Brasileiro de Biodiversidade (Funbio), Conservação Internacional-Brasil (CI-Brasil) e Fundação Getulio Vargas, em cooperação com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e as secretarias de Meio Ambiente dos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.

O Paisagens Sustentáveis da Amazônia se insere no Programa Regional ASL, financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementado pelo Banco Mundial (BM), incluindo projetos no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Juntos, esses projetos visam melhorar a gestão integrada da paisagem na Amazônia.