E reverte o prejuízo de R$ 100 milhões registrado no mesmo período de 2024. Resultados do segundo trimestre de 2025 refletem desafios do excesso de importação de aço no Brasil, diz a companhia.
A Usiminas divulgou os resultados do segundo trimestre de 2025, no dia 25 de julho (sexta-feira), impactados pela crescente importação de aços, vindos principalmente de forma subsidiada da China.
A empresa encerrou o período com lucro líquido de R$ 128 milhões, resultado que representa uma queda de 62% em relação ao primeiro trimestre, mas reverte o prejuízo de R$ 100 milhões registrado no mesmo período de 2024. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, sigla em inglês) ajustado consolidado somou R$ 408 milhões, queda de 44% frente ao primeiro trimestre de 2025 e 65% superior ao segundo trimestre de 2024. A Margem Ebitda Ajustada foi de 6,2%, ante 10,7% no trimestre anterior e 3,9% no mesmo período do ano passado. Já o volume de vendas de aço caiu 1%, com retração de 3% no mercado interno.
O presidente da Usiminas, Marcelo Chara, afirma que o resultado da companhia é reflexo das condições concorrenciais do mercado de aços planos no Brasil. —O segmento vem se deteriorando de forma acelerada no segundo trimestre de 2025. Para sua sustentabilidade, é imperativo que as investigações antidumping sobre produtos siderúrgicos, que já demonstraram a prática de dumping e o seu dano à indústria, sejam concluídas com celeridade e que medidas concretas sejam implementadas para sanar essa prática desleal e danosa à indústria e toda cadeia de valor —afirmou.
De acordo com Instituto Aço Brasil, no segundo trimestre deste ano foi registrado um volume recorde de importação de aço, de 1,2 milhão de toneladas. Nos primeiros seis meses, as importações atingiram 2,3 milhões de toneladas, um aumento de 50% em relação ao mesmo período de 2024, e representaram 28% do consumo aparente de aço plano no Brasil. —Todo esse contexto demonstra que o sistema de cotas-tarifa não alcançou o resultado esperado, mesmo com os ajustes implantados em junho —reforçou Chara.
Saúde financeira — Ainda assim, no segundo trimestre de 2025, a Usiminas apresentou uma melhora em sua estrutura de capital, com a alavancagem financeira recuando de 0,71x para 0,50x, refletindo uma gestão mais eficiente da dívida em relação à geração de caixa operacional.
Essa redução foi impulsionada pela queda de 24% na dívida líquida, que passou de R$ 1,37 bilhão para R$ 1,05 bilhão no período. Além disso, o fluxo de caixa livre atingiu R$ 281 milhões, revertendo o cenário do trimestre anterior, quando havia sido registrado saída de caixa.
— Apesar de um contexto extremamente desafiador, a Usiminas é uma empresa com capacidade técnica e referência em qualidade, com uma saúde financeira sólida— ressaltou Chara.
Unidades de negócio: Mineração — A Mineração Usiminas registou no segundo trimestre de 2025 um volume de vendas de 2,5 milhões de toneladas, superior em 11% ao primeiro trimestre (2,2 milhões de toneladas) e em 22% em relação ao segundo trimestre de 2024, refletindo maior volume de produção (2,3 milhões de toneladas). Já o Ebitda ajustado da Musa foi de R$ 115 milhões, queda de 44% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e de 36% em relação ao segundo trimestre de 2024 (R$ 156 milhões). A margem Ebitda ajustado ficou em 12,7% no segundo trimestre, ante 22% no período anterior.
Siderurgia — Na siderurgia, o Ebitda Ajustado foi de R$ 287 milhões, 46% inferior em relação ao primeiro trimestre (R$ 528 milhões). A margem Ebitda ajustado foi de 4,9% no segundo trimestre de 2025, ante margem de 8,7% no primeiro trimestre de 2025. A receita da Unidade de Siderurgia recuou 3,7%, influenciada negativamente pela queda de 2,5% na receita líquida por tonelada e pela redução de 2,9% no volume de vendas domésticas, impactados pela importação recorde de aço no período.