Durante o Fórum Estratégico para a Indústria Naval Brasil-China, que aconteceu no dia 05 de julho (sábado), no Hotel Hilton, Copacabana, Rio de janeiro (RJ), estaleiros brasileiros e chineses assinam Memorandos de Entendimento (MoU) para desenvolver parcerias tecnológicas e comerciais.
Os memorandos de entendimento foram assinados entre os principais estaleiros chineses — COOEC, CSSC, Cosco e CIMC— e os estaleiros nacionais —EBR, Rio Grande, Mauá, Enseada e Atlântico Sul—.
Durante o Fórum, serão apresentadas a política de conteúdo local, o Pacote de Incentivos aos Investimentos na Indústria Nacional (PDIC) e o funcionamento do Fundo de Marinha Mercante (FMM).
A assinatura dos acordos de parceria entre os estaleiros chineses e brasileiros ocorre no momento que a Petrobras e a Transpetro retomam os investimentos no segmento naval e offshore, apoiadas pelo Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard esteve na abertura do evento e disse que espera o encontro é a busca de ampliar os relacionamentos na busca bons negócios.
— Para as encomendas à indústria naval brasileira esperamos ajuda de parceiros chineses, com a produção de petróleo em crescimento, temos necessidade de mais plataformas, navios e barcos de apoio— destaca a presidente.
O objetivo é atrair investimentos estrangeiros “aporte de capital”, e viabilizar a transferência de tecnologia para os estaleiros nacionais.
— A busca é que os chineses sejam sócios dos nossos estaleiros. Temos estaleiros em recuperação judicial, estaleiros que precisam de modernização, estaleiros que precisam de algum monitoramento— explicou Chambriard durante cerimônia de assinatura do MoU para desenvolver parceiras entre representantes brasileiros e chineses.
— O Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras assegura ao setor um planejamento de médio e longo prazo, o que vai alavancar a retomada. E a possibilidade de realizar parcerias com os estaleiros chineses, que estão entre os mais desenvolvidos do mundo, permite que a indústria naval brasileira acesse novas tecnologias e, possivelmente, até mesmo novas encomendas, que podem ser compartilhadas com os chineses— avalia o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, subsidiária da Petrobras, e promotora do evento.
O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), tem colocado que a indústria naval deve se tornar um projeto de país, e não um projeto político. A indústria naval exige investimentos a longo prazo e planejamento estratégico. O Brasil já mostrou que pode ser competitivo, mas precisa de sustentabilidade.
Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras — Lançado em junho do ano passado, o Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras já tem programada a contratação de 52 novas embarcações. A iniciativa da Petrobras e da Transpetro vai gerar, nessa etapa, investimentos de até R$ 29 bilhões, com a geração de 50 mil novos postos de trabalho.
A iniciativa visa reduzir a exposição da Petrobras aos afretamentos e dar maior flexibilidade e eficiência para as operações logísticas de movimentação de cargas. O programa prevê a aquisição de navios para cabotagem na costa brasileira, contemplando embarcações da classe handy, gaseiros e de médio porte (MR1), que integrarão a frota da Transpetro, além de barcos de apoio para a Petrobras.