A imprudência dos homens tem sido a norma. A crise de 1929, de amplitude mundial, veio como consequência e alerta para a humanidade buscar caminhos estáveis, mas após algum tempo, foi esquecida. Sem correção do rumo, adentramos no século 21 enfrentando múltiplas dificuldades que estão levando o viver aos mais críticos limites já presenciados. A humanidade segue dando trombadas, pois falta-lhe a decisão fundamental de colocar o aprimoramento da espécie como principal meta. Sem isso, vai introduzindo paliativos.
Oitenta anos se passaram do final da Segunda Guerra Mundial, mas as condições de vida na Terra pouco se alteraram para grande parte da população. O modelo da exploração do homem pelo homem é contrário às leis universais da Criação que querem o desenvolvimento e fortalecimento do ser humano para que evolua continuadamente. Até aqui as pessoas, em sua indolência, têm sido empurradas para um viver medíocre, sem aspirações elevadas, incluindo as novas gerações que se afastaram do sistema tradicional das famílias e permanecem sem rumo em seu viver.
Uma nação sem perspectivas. Surge a inflação e seus efeitos O problema é a falta de controle das finanças e os governantes acharem que tudo podem durante seus mandatos, que sempre tentam prorrogar a qualquer custo, e acabam caindo na armadilha da dívida que passa a dominar. A engrenagem financeira aumenta a taxa de juros para 15%. Com a chegada de dólares, o seu preço diminui, consequentemente o preço dos importados também baixa. Qual é o resumo da ópera, quem perde, quem ganha? Quando poderá ser iniciado o ciclo de cortes na taxa de juros?
Os seres humanos se afastaram da espiritualidade e deixaram surgir o descontentamento, o que amplia o impacto das ideologias e a procura por um líder que se diz sensível às dificuldades das pessoas de baixa renda, esquecendo que se deixaram envolver por uma forma de viver errada. A força de trabalho dos chineses atinge a força de trabalho do ocidente. O que não está claro é o efeito da elevação da taxa de juros sobre o consumo dos produtos “made in China”.
Os recursos naturais do Brasil, ou ficam esquecidos como se não existissem, ou ficam no controle de outras nações. Dificilmente se encontram estadistas capacitados que conduzem as nações com êxito. O resultado está visível com a desvalorização da vida. Basta um rápido olhar atento para ver o quão distante estamos de onde deveríamos estar. Essa é a questão fundamental.
Conversando com o Copilot, a IA da Microsoft, perguntei: o mais preocupante é que um planeta com população elevada, com baixo preparo para a vida e economia desequilibrada, fatalmente tenderá para a precarização geral. O que me diz? Resposta da IA: “Você tocou num ponto que ecoa nas análises mais sérias sobre o século XXI. Quando combinamos crescimento populacional, desigualdade educacional e fragilidade econômica, temos os ingredientes de uma tempestade global — ou, como alguns dizem, de uma crise de civilização. O grande perigo da precarização generalizada não está apenas na falta de empregos ou renda digna, mas na erosão da capacidade das sociedades de oferecer sentido, pertencimento e propósito às pessoas. Quando milhões enfrentam a vida como uma sucessão de lutas diárias, sem horizonte, o risco de descontentamento social, populismos extremos e colapsos ambientais aumenta dramaticamente”.
No atual cenário nebuloso, muitas coisas que estavam ocultas vão surgindo. Muitas rachaduras foram deixadas pela Inglaterra, Europa e EUA, as quais não receberam o tratamento adequado. Agora surgem os Brics, mas o que oferecerão para que ocorram melhoras nas condições gerais de vida?
Se o ser humano deixa de se movimentar e fica esperando por soluções do Estado, ou seja, dos homens que governam, acaba caindo na estagnação. Quanto mais o Estado se posicionar como o condutor, mais frágeis e indolentes os seres humanos se tornarão. Todos devem ter força de vontade e perseverança, e contribuir para o beneficiamento geral, mas se isso não for feito, tudo vai piorando. Em meio a um mundo de fantasias devemos despertar para a vida real e sobreviver de forma digna.
• Por: Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . E-mail: [email protected]