— O IGP-M recuou 1,67%, uma queda muito maior do que a esperada pelo mercado, de 1,02%. O resultado foi impactado pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que tem grande influência das variações cambiais — o que reforça a influência positiva da valorização do real no processo de desinflação no curto prazo. Além disso, a queda no preço das commodities alimentícias também contribuiu para o resultado do índice.
Para a inflação de longo prazo, outro dado importante foi divulgado hoje: a taxa de desocupação, que passou de 6,4% para 6,2%, com destaque para o crescimento de 3,1% no rendimento médio mensal real habitual, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
O aumento na renda real é um dos fatores apontados pelo Banco Central como responsável pela resiliência do consumo, que tende a influenciar a inflação e o hiato do produto — que, segundo o Relatório de Política Monetária do Banco Central, deve permanecer positivo no segundo semestre de 2025, indicando que a economia opera em um nível acima do seu potencial (da capacidade de produção), o que gera pressões inflacionárias.
Nesse cenário, apesar da melhora nos dados de inflação corrente, a resiliência do mercado de trabalho e do consumo contribui para a visão de que a taxa Selic deve permanecer no patamar atual por um período prolongado, conforme as sinalizações recentes— conclui Sara Paixão, analista macroeconômica da InvestSmart XP, em nota.