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31/05/2025

Jovens na terra

Há aproximadamente 1,8 bilhão de jovens encarnados na Terra com idades entre 10 e 24 anos. No Brasil, são em torno de 30 milhões. Boa parte deles teve uma formação diferente devido aos avanços da TI e jogos eletrônicos. Muitos jovens estão profundamente imersos na cultura digital, nas redes sociais e nas novas formas de interação virtual. O que querem da vida? Aqueles com idades entre 14 e 20 anos têm uma visão de vida moldada por diversos fatores, incluindo tecnologia, educação e mudanças sociais. A mídia em geral deveria estar atenta e produzindo conteúdos instigantes para despertá-los para a realidade, para saírem da vida fantasiosa. O ser humano é espírito. A construção de um projeto de vida é essencial para essa geração, com busca da autoconsciência e espiritualidade, pois isso ajuda a definir metas e caminhos para o futuro.

Há o rolo compressor da mediocridade e dos interesses que vai rebaixando tudo sem que as pessoas percebam, provocando continuado declínio. Como aumentar a quantidade dos que buscam a posição em que a espécie humana deve estar? Algumas pesquisas indicam que a mídia pode influenciar diretamente o comportamento dos jovens, tanto positiva quanto negativamente. Além disso, há estudos que analisam como os jovens interagem com conteúdo midiáticos e como isso afeta sua visão sobre a sociedade. Também existem projetos educacionais que utilizam a mídia para despertar novas perspectivas de vida e incentivar o pensamento crítico, mas não há avanços.

Talvez uma solução seja incentivar a produção de conteúdos que equilibrem entretenimento com reflexão, trazendo temas como propósito, autoconhecimento e impacto social de forma envolvente. Nesse projeto é indispensável o engajamento da mídia tradicional. Há uma sensação de declínio silencioso, impulsionado pela mediocridade e interesses obscuros, o que é profundo e preocupante. Muitas vezes, as pessoas são levadas a uma aceitação passiva do que está ao redor, sem perceber o impacto disso no longo prazo. A cultura do consumo imediato, a superficialidade da informação e a distração constante dificultam a reflexão crítica e a busca por valores mais elevados.

O grande desafio é despertar um senso de urgência para sair do marasmo, incentivar o raciocínio lúcido e a reflexão intuitiva para que mais pessoas percebam a necessidade de não se deixarem amassar pelo rolo compressor da indolência. A maneira como a sociedade molda o pensamento dos jovens hoje determinará o tipo de futuro que teremos. Entre eles predomina o desânimo. Jornalistas, escritores e professores são arquitetos da cultura e da consciência e têm um papel essencial para despertar reflexões, incentivar a crítica construtiva e promover valores que fortaleçam a humanidade. As organizações governamentais não podem continuar alheias a essa questão que vem reduzindo a capacidade de compreensão da finalidade da vida.

As novas gerações têm de estar conscientes de que é possível sobreviver de forma condigna através do esforço próprio. Se essa mudança não acontecer, corremos o risco de um futuro mais automatizado, desconectado emocionalmente e rigidamente pragmático. A tecnologia é uma aliada, mas sem um equilíbrio com valores humanos profundos, podemos perder elementos essenciais como empatia, criatividade e propósito.

Entretanto, sempre há aqueles que resistem a essa corrente e trabalham para reverter essa tendência: são os pensadores, educadores, líderes e indivíduos que promovem uma visão mais consciente do mundo. A mudança leva tempo, mas a observação atenta e a disposição para agir quando possível são essenciais. Se isso não acontecer o futuro será rígido e áspero. Especialmente os jornalistas, escritores e professores deveriam estar atentos ao aprimoramento da espécie humana. Quem sabe possa surgir inesperadamente um novo movimento visando a humanização do ser humano, e fazer com que a nossa espécie retome o lugar que lhe cabe na Criação. Muitas pessoas já estão aguardando por isso!

Por: Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP. Coordena os sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br/home . | E-mail: [email protected]