“A incerteza regulatória tem sido um dos principais entraves para um avanço mais expressivo”.
O setor de biocombustíveis apresentou um crescimento modesto de 3,4% em 2024, refletindo um cenário ainda desafiador para empresas e investidores. Atualmente, há 823 empresas ativas no setor, mas apenas 28 novas aberturas líquidas foram registradas no último ano — sendo dois microempresas, oito pequenas empresas e 18 médias e grandes, é o que mostra o levantamento feito pela Equus Capital. A incerteza regulatória tem sido um dos principais entraves para um avanço mais expressivo. O ano de 2025, por outro lado, começou mais aquecido graças à aprovação da lei do Combustível do Futuro mas, com sua implementação colocada em cheque pelo governo, resta saber se manterá o ímpeto. —O setor segue com muitas negociações em andamento, mas ainda não observamos um volume significativo de transações concluídas. O ambiente macroeconômico e regulatório ainda gera cautela entre investidores —explica Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
Nas microempresas, o subsetor de Fabricação de Álcool não registrou novas aberturas líquidas em 2024, permanecendo com 85 estabelecimentos ativos. Segundo especialistas da Equus, a dificuldade de entrada de novos empreendedores pode estar atrelada às altas exigências regulatórias, custos elevados e a dominância de grandes usinas no setor, que concentram a maior parte do mercado. Entretanto, a Fabricação de Biocombustíveis, como o biodiesel e biogás, registrou um aumento de 7,1%, com duas novas microempresas, impulsionado pela demanda crescente.
Nas pequenas empresas, o estudo revela que o subsetor de Fabricação de Álcool registrou oito novas empresas, representando um avanço significativo de 25% no período, com 40 estabelecimentos ativos. —Esse subsetor demonstra um ambiente mais acessível para pequenas empresas quando comparado às microempresas —afirma Vasconcellos. Em contrapartida, o subsetor de Fabricação de Biocombustíveis, permaneceu estagnado, mantendo apenas sete estabelecimentos ativos.
Nas médias e grandes empresas, que movem o mercado e conseguem produzir produtos em escala, o crescimento também foi tímido. O subsetor de Fabricação de Álcool registrou 8 novas empresas, um crescimento de apenas 1,6%, alcançando 518 estabelecimentos ativos. Por outro lado, a Fabricação de Biocombustíveis, teve um desempenho um pouco melhor, com 10 novas empresas e um aumento de 7,5%, totalizando 143 empresas ativas. Esse movimento reflete principalmente o impacto da Lei do Combustível do Futuro, que prevê a ampliação progressiva da mistura de biodiesel no diesel, incentivando investimentos na diversificação da matriz energética. —Ainda que o setor esteja em expansão, o ritmo de crescimento é um reflexo dos desafios estruturais enfrentados pelas empresas. Precisamos de um ambiente mais favorável para novos empreendedores, além de incentivos para inovação e produção em larga escala —completa Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
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