laurent-delache

30/10/2025

Nosso compromisso com o Pacto Global

Chegaremos a 1 mil vagas de trabalho ocupadas por refugiados.

Desde que assumi a liderança da Foundever no Brasil, um dos compromissos que mais me inspira é o de contribuir para a inclusão e o acolhimento de pessoas refugiadas no mercado de trabalho. Tenho participado ativamente do Fórum Empresas com Refugiados, uma iniciativa da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e do Pacto Global da ONU no Brasil, e posso afirmar, com convicção, que essa jornada tem transformado profundamente a forma como enxergamos o papel social das empresas.

Já parou para pensar no que significa deixar sua família, casa, emprego e todos os seus pertences para buscar sobrevivência em outro país? Essa é a realidade de milhões de pessoas no mundo — homens, mulheres e crianças que fogem de crises econômicas, guerras, desastres ambientais e desafios geopolíticos para reconstruir suas vidas longe de suas casas.

Quando observo essas histórias de perto, percebo o quanto elas revelam coragem, resiliência e vontade de recomeçar. Mesmo diante da insegurança, os refugiados chegam ao Brasil dispostos a enfrentar obstáculos e fazer a diferença — e é por eles que políticas públicas, rotas de acolhimento e parcerias entre entidades e empresas precisam ser fortalecidas.

O Fórum Empresas com Refugiados tem um papel essencial nesse ecossistema. Ele reúne companhias comprometidas com a causa e promove a troca de experiências e práticas entre líderes empresariais que acreditam na inclusão como caminho de transformação social. Afinal, o trabalho é o que edifica, integra e oferece dignidade a qualquer ser humano.

Atualmente, quase 150 empresas brasileiras participam dessa iniciativa, voluntariando-se na capacitação, recrutamento, gestão e promoção de oportunidades para refugiados de diversas nacionalidades. O Fórum, organizado pela ACNUR, está em sua quarta edição e se consolida como um espaço de construção coletiva, em que todos aprendem, compartilham e se comprometem a manter as portas abertas para quem precisa recomeçar.

Essa troca é essencial porque reforça o papel social das organizações em um momento em que o acolhimento é indispensável.

Segundo dados recentes do ACNUR, apresentados em outubro, já são 17 mil pessoas refugiadas e migrantes com carteira assinada no Brasil. Além disso, 56% das empresas participantes oferecem vagas de estágio e aprendizagem para jovens, e 28% realizam contratações temporárias.

Essa cultura de contratação trabalha a interseccionalidade de forma clara: 81% das companhias contam com mulheres em situação de refúgio, 51% com pessoas do grupo 50+, 36% com pessoas pretas e pardas, e 43% das organizações já contam com refugiados em cargos de liderança.

Com o aumento de 16% nos pedidos de refúgio em 2024 — totalizando 68.159 novas solicitações, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública —, torna-se ainda mais urgente fortalecer uma cultura empresarial voltada à inclusão. É um movimento que não apenas transforma vidas, mas também fortalece os valores internos e a identidade das companhias que o abraçam.

Na Foundever, essa é uma realidade concreta. Desde 2015, mais de 2 mil refugiados já passaram por nossas operações no Brasil. Hoje, acolhemos quase 700 colaboradores em situação de refúgio, e nosso compromisso com o Pacto Global da ONU é chegar a 1 mil até dezembro de 2027. Para atingir esse objetivo, trabalhamos no desenvolvimento de novos negócios para proporcionar novas vagas em seu idioma nativo, sejam espanhol, francês ou inglês.

Falo com propriedade: os impactos dessa prática vão muito além dos números. São histórias de superação que fortalecem nossa cultura organizacional, reduzem o turnover, aumentam a produtividade, ampliam o senso de pertencimento e, sobretudo, humanizam o ambiente de trabalho.

Essa vivência — pessoal e profissional — reforça em mim a certeza de que empresas podem (e devem) ser agentes ativos de mudança. Minha participação no Fórum Empresas com Refugiados do ACNUR tem ampliado essa visão e reafirmado o propósito de convidar cada vez mais companhias a se engajarem nesse movimento.

Mais do que uma questão de responsabilidade social, trata-se de um compromisso humano, que vai além dos negócios e impacta positivamente o tecido social do nosso país. Afinal, acolher é também uma forma de liderar.

Por: Laurent Delache, CEO Brasil da Foundever. A Foundever é líder global no mercado de customer experience (CX). Com 150 mil colaboradores ao redor do mundo, somos o time por trás das melhores experiências para as maiores marcas globais digital-first. Nossas soluções inovadoras de CX, tecnologias e especialidades são projetadas para apoiar as operações dos clientes e oferecer uma experiência perfeita aos consumidores nos momentos que mais importam.

Oferecendo suporte a mais de 9 milhões de interações com clientes diariamente, em mais de 60 idiomas e em 45 países, a Foundever combina força e escala global com agilidade, uma abordagem empreendedora e uma cultura liderada por seus fundadores — permitindo que empresas de todos os portes e setores transformem sua experiência do cliente. | www.foundever.com