Para desenvolver terminais no Atlântico e no Pacífico. O ACP iniciou uma fase técnica e confidencial para identificar parceiros para os futuros portos que serão localizados em Corozal e Telfers.
Em um passo decisivo para consolidar o Panamá como um dos principais centros logísticos do hemisfério, a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) lançou um processo de consulta com representantes da indústria marítima para identificar parceiros estratégicos interessados em desenvolver dois novos terminais portuários nos lados Atlântico e Pacífico.
Grupo seleto — Seguindo um modelo semelhante ao implementado para o projeto do gasoduto, o ACP convocou um grupo seleto de empresas com ampla experiência em operações portuárias e transporte de contêineres. As empresas participantes incluíram APM Terminals , Cosco Shipping Ports , CMA Terminals–CMA CGM , DP World, Hanseatic Global Terminals , PSA International , SSA Marine–Grupo Carrix , Terminal Investment Limited , bem como linhas de navegação globais como Maersk , MSC , Evergreen , Hapag-Lloyd , ONE , OOCL , COSCO , Yang Ming , ZIM e representantes do Porto de Houston .
A reunião técnica, somente para convidados, marcou o ponto de partida para a definição da estrutura dos projetos antes da licitação. A iniciativa contempla o desenvolvimento de dois terminais estrategicamente localizados: um em Corozal, na costa do Pacífico, e outro em Telfers, na costa do Atlântico, ambos próximos ao Canal. Cada terminal terá capacidade para movimentar entre 2,5 e 3 milhões de TEUs por ano, integrando-se às operações existentes para aumentar a capacidade total do sistema portuário panamenho.
O Canal do Panamá não busca apenas manter a relevância de sua hidrovia, mas também se tornar um centro logístico regional líder, com capacidade de responder à crescente demanda global e regional — afirmou Víctor Villal , vice-presidente de Finanças do Canal do Panamá, durante a coletiva de imprensa oficial.
Plano estratégico e sustentabilidade — O desenvolvimento desses terminais faz parte do Plano Diretor 2025-2035 da ACP, que busca diversificar suas fontes de receita, fortalecer sua infraestrutura logística e garantir a sustentabilidade e a competitividade do país no comércio internacional. A visão inclui projetos complementares, como o gasoduto de GLP e o fortalecimento do corredor energético nacional.
Como parte desse processo, será realizado um estudo de mercado e de viabilidade para ambos os terminais, seguido do desenvolvimento de um plano geral de projeto que levará ao processo de pré-qualificação e seleção da concessionária. A ACP planeja concluir o processo de adjudicação durante o quarto trimestre de 2026, com previsão de início das operações em 2029.
O modelo operacional será estruturado sob uma concessão de 20 anos, com possibilidade de extensão. A Autoridade do Canal enfatizou que o processo de licitação será transparente e competitivo, garantindo um equilíbrio entre lucratividade para os operadores e benefício econômico para o Panamá.
Impacto econômico e projeção regional — O ACP estima um investimento total de aproximadamente US$ 2,6 bilhões, com um impacto econômico projetado entre 0,4% e 0,8% do PIB nacional. Além disso, espera-se a criação de aproximadamente oito mil e cem empregos durante a construção e nove mil posições permanentes após o início das operações, incluindo empregos diretos, indiretos e induzidos.
Esse impulso ocorre em meio ao crescimento sustentado da demanda regional por transporte de contêineres. As projeções indicam que a capacidade necessária poderá aumentar de 9,5 milhões para quase 15 milhões de TEUs nos próximos cinco a sete anos, uma oportunidade que o Panamá busca aproveitar para evitar o desvio de carga para outros hubs na região. | MM