Novo player europeu no setor espacial visa unir e ampliar capacidades, combinando as respectivas atividades das três empresas na fabricação de sistemas espaciais e satélites, além de serviços espaciais. Marco significativo no fortalecimento do ecossistema espacial europeu, apoiando a autonomia estratégica e a competitividade para assegurar que a Europa amplie seu papel como protagonista no mercado espacial global. A nova empresa poderá iniciar suas operações em 2027, sujeita às aprovações regulatórias e ao cumprimento de outras condições de fechamento. O projeto deve gerar sinergias significativas, impulsionar a inovação e oferecer valor adicional a clientes, acionistas e colaboradores.
Airbus (símbolo na bolsa: AIR), Leonardo (Borsa Italiana: LDO) e Thales (Euronext Paris: HO) assinaram um Memorando de Entendimento (“MoU”) no dia 23 de outubro (quinta-feira), com o objetivo de combinar suas respectivas atividades espaciais em uma nova empresa.
Ao unir forças, Airbus, Leonardo e Thales pretendem fortalecer a autonomia estratégica da Europa no espaço — um setor essencial que sustenta infraestruturas e serviços críticos relacionados a telecomunicações, navegação global, observação da Terra, ciência, exploração e segurança nacional. A nova empresa também pretende atuar como parceira de confiança no desenvolvimento e implementação de programas espaciais soberanos nacionais.
Essa nova companhia reunirá, desenvolverá e ampliará um portfólio abrangente de tecnologias complementares e soluções completas — desde infraestrutura espacial até serviços (excluindo lançadores). Ela acelerará a inovação nesse mercado estratégico para criar um player europeu unificado, integrado e resiliente, com massa crítica para competir globalmente e expandir sua presença em mercados de exportação.
O novo player será capaz de fomentar a inovação, combinar e reforçar investimentos em futuros produtos e serviços espaciais, aproveitando os ativos complementares e a expertise de classe mundial das três empresas. A combinação deverá gerar sinergias anuais totais de centenas de milhões de euros no lucro operacional cinco anos após a conclusão da operação. Os custos associados à geração dessas sinergias deverão estar em linha com as referências do setor.
O projeto deve liberar receitas adicionais, aproveitando um portfólio ampliado de produtos e serviços completos, levando a uma oferta mais competitiva e a um maior alcance comercial global. As capacidades combinadas também abrirão caminho para novos programas inovadores, ampliando o posicionamento da nova empresa no mercado. Espera-se que sinergias operacionais adicionais, especialmente em engenharia, manufatura e gestão de projetos, impulsionem a eficiência de longo prazo e a criação de valor. Após a conclusão da transação, a nova empresa será composta pelas seguintes contribuições:
Airbus contribuirá com seus negócios de Space Systems e Space Digital, provenientes da Airbus Defence and Space.
Leonardo contribuirá com sua Divisão Espacial, incluindo suas participações na Telespazio na Thales Alenia Space.
Thales contribuirá principalmente com suas participações na Thales Alenia Space, Telespazio, e Thales SESO.
A entidade combinada empregará cerca de 25 mi pessoas em toda a Europa. Com faturamento anual de aproximadamente €6,5 bilhões (final de 2024, pró-forma) e carteira de pedidos equivalente a mais de três anos de vendas projetadas, a nova empresa formará uma entidade robusta e competitiva em nível mundial.
A estrutura acionária será compartilhada entre as empresas-mães: Airbus (35%), Leonardo (32,5%) e Thales (32,5%). A empresa operará sob controle conjunto, com governança equilibrada entre os acionistas.
Acelerando a liderança europeia no espaço e garantindo autonomia estratégica, a nova empresa tem como objetivos:
Fomentar a inovação e o progresso tecnológico, aproveitando as capacidades conjuntas de P&D para estar na vanguarda das missões espaciais em todos os domínios — incluindo serviços — e aprimorar a eficiência operacional, beneficiando-se de economias de escala e processos de produção otimizados.
Aumentar a competitividade frente aos players globais, alcançando massa crítica e garantindo que a Europa consolide seu papel como protagonista no mercado espacial internacional.
Liderar programas inovadores que atendam às necessidades em evolução de clientes e programas soberanos europeus e nacionais, civis e militares, oferecendo soluções integradas de infraestrutura e serviços em todos os principais domínios espaciais, promovendo a cooperação entre nações e reforçando a capacidade de investimento.
Fortalecer o ecossistema espacial europeu, trazendo mais estabilidade e previsibilidade ao cenário industrial e ampliando oportunidades para fornecedores europeus de todos os portes.
Criar novas oportunidades para os colaboradores, por meio do desenvolvimento de competências técnicas mais amplas e da presença multinacional da nova companhia.
— A proposta desta nova empresa representa um marco decisivo para a indústria espacial europeia. Ela materializa nossa visão compartilhada de construir uma presença europeia mais forte e competitiva em um mercado espacial global cada vez mais dinâmico. Ao reunir talentos, recursos, expertise e capacidades de P&D, buscamos gerar crescimento, acelerar a inovação e entregar maior valor a nossos clientes e stakeholders. Essa parceria está alinhada às ambições dos governos europeus de fortalecer seus ativos industriais e tecnológicos, garantindo a autonomia da Europa no domínio estratégico do espaço e em suas múltiplas aplicações. Ela oferece aos colaboradores a oportunidade de estar no centro dessa iniciativa ambiciosa, com perspectivas de carreira ampliadas e o respaldo coletivo de três líderes do setor— declaração em anúncio conjunto, Guillaume Faury, CEO da Airbus; Roberto Cingolani, CEO e diretor-geral da Leonardo; e Patrice Caine, presidente e CEO da Thales.
Próximos passos —Os representantes dos colaboradores da Airbus, Leonardo e Thales serão informados e consultados sobre o projeto de acordo com as legislações dos países envolvidos e os acordos coletivos aplicáveis em cada empresa-mãe.
A conclusão da transação está sujeita às condições habituais, incluindo aprovações regulatórias. A nova empresa deverá estar operacional em 2027.
Thales —A Thales (Euronext Paris: HO) é líder global em tecnologias avançadas para os setores de Defesa, Aeroespacial e Ciber & Digital. Seu portfólio de produtos e serviços inovadores aborda grandes desafios globais: soberania, segurança, sustentabilidade e inclusão. O grupo investe mais de €4 bilhões por ano em P&D em áreas estratégicas, especialmente em ambientes críticos como inteligência artificial, cibersegurança, tecnologias quânticas e em nuvem. A Thales conta com mais de 83.000 colaboradores em 68 países e, em 2024, registrou vendas de €20,6 bilhões.
About Airbus —A Airbus é pioneira em soluções aeroespaciais sustentáveis para um mundo seguro e unido. A empresa inova continuamente para oferecer soluções eficientes e tecnologicamente avançadas nos setores de aeronáutica, defesa e serviços conectados. No segmento de aviação comercial, projeta e fabrica aeronaves modernas e de baixo consumo, além de serviços associados. A Airbus também é líder europeia em sistemas espaciais, defesa e segurança. No setor de helicópteros, fornece soluções e serviços civis e militares em todo o mundo.
About Leonardo — A Leonardo é um grupo industrial internacional e uma das principais empresas globais nos setores de Aeroespacial, Defesa e Segurança (AD&S). Com 60.000 colaboradores em todo o mundo, a empresa atua em segurança global por meio das divisões de Helicópteros, Eletrônicos, Aeronáutica, Ciber & Segurança e Espaço, sendo parceira em importantes programas internacionais como Eurofighter, JSF, NH-90, FREMM, GCAP e Eurodrone.
A Leonardo possui capacidades produtivas relevantes na Itália, Reino Unido, Polônia e Estados Unidos, e participa de diversas subsidiárias, joint ventures e sociedades: Leonardo DRS (71,6%), MBDA (25%), ATR (50%), Hensoldt (22,8%), Telespazio (67%), Thales Alenia Space (33%) e Avio (28,7%).
Listada na Bolsa de Milão (LDO), a Leonardo registrou em 2024 novos pedidos de €20,9 bilhões, carteira de pedidos de €44,2 bilhões e receitas consolidadas de €17,8 bilhões. Incluída no índice MIB ESG, também integra o Dow Jones Sustainability Indices (DJSI) desde 2010.