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21/10/2025

Relacionamento além da entrega: a confiança que fideliza

Transportar cargas vai além do envio de mercadorias de um ponto a outro: é manter um compromisso contínuo com os clientes, principalmente em um cenário de demandas crescentes por serviços logísticos. A confiança torna-se um ativo indispensável. Segundo pesquisa do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), em 2024 a demanda por transporte no Brasil cresceu 3,6%, impulsionada por setores como varejo, e-commerce e indústria. Esse aumento demonstra a dependência das empresas em relação às transportadoras, e evidencia a importância de relações sólidas e duradouras.

Além disso, de acordo com a Atradius, empresa de serviços de seguro de crédito comercial, fiança e cobrança, até o final de 2025, é esperado que a produção global de transporte e logística cresça 4,1%. O dado também reforça o potencial de oportunidades em relação a estes mercados.

Neste cenário, portanto, é importante refletir como mais do que uma operação eficiente, a confiança no transporte de cargas é primordial e exige consistência para se obter sucesso. Um bom serviço não pode ser pontual. Este precisa manter o padrão de excelência, independentemente do destino, volume ou complexidade do trabalho a ser executado. Isso significa compreender as especificidades regionais, respeitar particularidades culturais e adaptar processos para atender os clientes de forma personalizada, em qualquer região do país.

Tecnologias a favor da operação —A confiança também é construída pela previsibilidade. No setor de transporte, cada minuto pode impactar a cadeia de suprimentos. Recursos como rastreamento em tempo real, comunicação proativa e indicadores claros de desempenho transformam a relação comercial em uma parceria estratégica. Quando o cliente tem visibilidade da operação, o transporte passa a representar transparência e credibilidade.

Dados da Associação Brasileira de Logística (Abralog) apontam que o uso de recursos digitais no planejamento das operações pode reduzir em 20% os custos logísticos e diminuir entre 15% e 20% o tempo entre a recepção e a entrega de mercadorias. Inovações atuais de fato podem responder a problemas rapidamente, otimizar operações e contribuir para prevenir desafios.

Humanização — Também é preciso enfatizar que principalmente a curto prazo, a experiência do cliente está diretamente ligada ao atendimento humanizado, à escuta ativa e à resolução ágil de problemas. No médio prazo, esse relacionamento se fortalece com investimentos em processos e tecnologias que tornam o transporte mais eficiente e adaptável. E no longo prazo, a fidelização acontece quando o cliente percebe que há um compromisso real com sua evolução, resguardado por ações sustentáveis, inovadoras e seguras.

A confiança não se constrói apenas com máquinas e sistemas. Esta nasce também do cuidado com as pessoas que fazem a engrenagem girar. Investir em capacitação, bem-estar e segurança dos profissionais reflete diretamente na experiência do cliente. O motorista treinado, motivado e apoiado representa a marca em cada entrega, além de ser peça fundamental na construção dessa credibilidade.

Alinhar propósito e execução é outro fator-chave. O cliente reconhece quando há coerência entre discurso e prática. Cumprir prazos, preservar a integridade da carga e manter a comunicação clara são atitudes que reforçam a reputação. Qualquer desvio nesse ciclo pode comprometer anos de confiança construída.

Transformar entregas em vínculos — Em um mercado cada vez mais competitivo e digitalizado, a verdadeira diferenciação está em transformar o transporte em experiência, e a entrega em vínculo. Conquistar um cliente exige esforço, mantê-lo, exige constância, visão e compromisso diário com a excelência. No fim, fidelizar vai além de entregar no prazo: é fazer o cliente acreditar que, com você, ele pode ir mais longe com confiança e um serviço eficiente.

Por: Bárbara Opsfelder, Diretora Comercial e de Marketing da Jamef Transportes, empresa referência em transporte no Brasil.