— Embora o governo tenha publicamente qualificado o encontro Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA e Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, na Casa Branca, em Washington (EUA)como “muito produtivo” e de “clima construtivo”, o fato é que não há, até agora, nenhum resultado concreto anunciado, nenhuma reversão das sanções ou tarifaço, nenhuma decisão clara sobre medidas práticas imediatas.
Foram muitos sinais simbólicos e retórica diplomática, mas poucas entregas efetivas na esfera comercial.
Portanto, se me pedem uma análise sincera, diria que a reunião não foi tão positiva quanto querem mostrar. Foi um passo necessário para reabrir canais diplomáticos, mas ainda está longe de cumprir as expectativas criadas, especialmente nos setores que aguardam, com urgência, alívio das tarifas.
Expectativas futuras: Passos concretos nas próximas semanas, chamar prazos e metas claras para resultados. Pressão diplomática e comercial interna, mostrar que o Brasil não aceita apenas simbologias, mas exige equidade nas negociações. Transparência com a sociedade, justificar aos setores produtores (agronegócio, indústria) quais concessões o Brasil está disposto a fazer e quais exigirá dos EUA. Monitoramento da agenda bilateral, afim de garantir que futuras rodadas de negociação não sirvam apenas para discursos, mas para tratar tarifações, sanções e cooperação tecnológica— conclui o comentário, Bruna Allemann, head de investimentos internacionais da Nomos.