O head de Internacional do InvestSmart XP Vitor Cavalieri, comentou sobre a alta do dólar na última semana influenciada por comentários do presidente Americano Donald Trump a respeito da China. Ele aponta porque as mudanças afetam as moedas dos países emergentes e, especificamente, o Brasil.
— No dia 10 de outubro (sexta-feira), vimos uma forte alta do dólar perante moedas de países emergentes, como Mexico, Colombia, Chile e Africa do Sul (de +0,8% a +1,0%), mas, especificamente, no Brasil, pudemos reparar numa disparada incomum do dólar para um único dia (+2,55%).
Os comentários do presidente Americano Donald Trump sobre a China, aumentando as tensões comerciais e gerando mais incertezas nos mercados, afeta muito as economias dos países emergentes, que são mais sensíveis ao pânico do investidor global. É nesses momentos que eles buscam mais segurança, fazendo o movimento conhecido como “flight to quality”, fugindo do risco desses países para aumentar suas posições em Dólar, que é de fato, sua reserva de valor.
O Governo brasileiro anunciou um “pacote de bondades” visando a eleição de 2026, gerando temor sobre situação fiscal do Brasil. Essas medidas, envolvendo aumento do bolsa família, passe livre no transporte público, isenção de IR até R$5.000,00, entre outras, ainda sem fonte de recursos para serem financiadas e com impacto estimado de mais R$100 Bilhões aumentam muito o risco Brasil. O movimento visto no mercado foi generalizado de venda de bolsas de países emergentes, bolsa americana e petróleo, acompanhado de compra dos títulos do Tesouro Americano e ouro.
Olhando para frente, apesar das incertezas, podemos entender que qualquer movimento global ou doméstico que aumente o Risco Brasil, vai resultar na desvalorização do Real. O melhor caminho para o investidor é ter sempre um portfólio diversificado, bem posicionado em ativos dolarizados, para atravessar os períodos mais turbulentos— conclui o comentário Victor Cavalieri, head de Internacional.