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26/09/2025

Copom mantém taxa de juros inalterada, diz InvestSmart XP

A analista de Macroeconomia do escritório, Sara Paixão, comentou sobre os resultados do Copom.

— O Copom decidiu manter a taxa de juros inalterada, conforme o esperado. O comunicado manteve o tom duro, com poucas modificações em relação ao anterior.

Em relação ao cenário doméstico, mesmo com a melhora nas expectativas de inflação vistas durante os últimos Boletim Focus e os últimos dados apontando para uma incipiente desaceleração na atividade econômica, o comitê manteve o trecho que ressalta as expectativas de inflação desancoradas, projeções de inflação elevadas e resiliência na atividade econômica. As revisões na projeção de inflação também foram modestas, com alteração na expectativa de 2025 de 4,9% para 4,8%. Isso indica uma postura cautelosa, voltada a evitar a antecipação do ciclo de corte taxa de juros.

Já em relação ao cenário internacional, o comitê ressaltou a incerteza inerente à conjuntura e política econômica dos Estados Unidos e apontou que continuará acompanhando os efeitos da imposição e tarifas a exportações brasileiras e seus impactos para política monetária e os ativos financeiros.

De modo geral, o comunicado seguiu em tom cauteloso, como já esperado pelo mercado, indicando que o comitê deve manter os juros em patamar elevado por um período prolongado— comentou Sara Paixão, analista de Macroeconomia da InvestSmart XP.

Quanto ao IPCA-15 de setembro teve um avanço de 0,48%, levemente abaixo do consenso de mercado, que era de 0,51%.

— A abertura do índice também foi positiva, o IPCA-15 de serviços avançou 0,12% em setembro, bem abaixo dos 0,50% apresentados em agosto, a difusão recuou de 57% para 53% e o núcleo avançou 0,19% em setembro, frente 0,31% no mês anterior. Esses indicadores são importantes para a avaliação do Copom sobre a Selic e foram ressaltados pelo comitê na ata como um ponto que ainda demandava cautela adicional na condução da política monetária.

Importante ressaltar que o resultado de hoje não deve alterar a perspectiva de que o início do ciclo de corte de juros deve começar apenas no início de 2026, mas é mais um indicativo dos efeitos da política monetária restritiva para a economia.

O destaque de alta foi para o grupo de habitação, que avançou 3,31% em setembro, frente à queda de 1,13% em agosto. No mês passado, o grupo foi beneficiado pela incorporação do bônus de Itaipu, que reduziu o preço da energia elétrica. Já esse mês, com o fim do bônus e a continuidade da bandeira tarifária vermelha patamar 2 na eletricidade, a energia elétrica residencial foi o subitem com maior impacto de alta no índice, apresentando variação de 12,17%.

Já entre as surpresas positivas, a alimentação apresentou queda pela quarta vez consecutiva, beneficiada pela queda no preço das commodities e pela apreciação do real frente ao dólar — conclui a analista.