— A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros já era esperada pela Firjan. No entanto, ela aprofunda os desafios enfrentados pela indústria nacional, que acumula quatro meses consecutivos sem crescimento na produção.
O atual patamar de juros revela uma preocupante e persistente falta de confiança na indústria brasileira, que já dura nove meses. Esse cenário limita a realização de investimentos, que, hoje, representam apenas 16,8% do PIB — um nível insuficiente para atender às necessidades de desenvolvimento do país e muito abaixo dos padrões internacionais.
Embora tenha havido uma melhora recente na dinâmica inflacionária — sustentada pela valorização do real e pela moderação nos preços das commodities, a manutenção de juros elevados não pode ser o único instrumento para conduzir a inflação à meta. A política monetária, por si só, não é capaz de garantir estabilidade econômica sem o suporte de uma política fiscal responsável e crível.
A Firjan alerta que a sustentabilidade da dívida pública exige uma reforma estrutural ampla, capaz de conter o crescimento acelerado da dívida e de desengessar o orçamento federal, hoje comprometido por mais de 90% de despesas obrigatórias. O país precisa de um ambiente macroeconômico mais favorável, com previsibilidade, confiança e espaço para o investimento privado— conclui a nota.