Especialistas da Daycoval Corretora comentam acerca do impacto da decisão do Copom na bolsa e na renda fixa.
—A manutenção da Selic era amplamente esperada, mas o que chamou atenção foi o tom bastante hawk do comunicado. O Copom deixou claro que pretende manter a política em patamar significativamente contracionista por um período prolongado e até sinalizou que não hesitaria em retomar o ciclo de alta se necessário. Esse discurso reduz o espaço para cortes no curto prazo e tende a penalizar ações mais sensíveis à queda de juros, como varejo, consumo discricionário e construção civil, que vinham se beneficiando da expectativa de flexibilização monetária mais cedo —Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora.
—Em nossa opinião, o comunicado do Copom foi bastante Hawk, principalmente por não reconhecer o início da desaceleração econômica e por manter a sentença que ‘não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado’. Nossa leitura é que o comunicado rechaça as possibilidades de cortes de juro ainda em 2025 e deve reforçar as apostas do mercado para o que o início do ciclo de cortes seja em março de 2026. Em função do tom ‘Hawkish’ do comunicado, para a renda fixa, esperamos que a ponta curta da curva sofra um ligeiro ajuste, e em contrapartida, na ponta média-longa, maior alívio. Esse comportamento, ‘bull-flattening’ da curva de juros tende a beneficiar os títulos pré-fixados de maior duration, conforme temos antecipado aos nossos clientes— Paulo Henrique Oliveira, especialista de renda fixa da Daycoval Corretora.