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17/09/2025

Consumo privado desacelera nas principais economias da América Latina, diz Moody’s

Os gastos dos consumidores no Brasil, Chile e Colômbia estão desacelerando após um período relativamente robusto que se estendeu até meados de 2025, de acordo com relatório da Moody’s. A força dos mercados de trabalho, os ganhos salariais reais e a valorização cambial sustentaram o consumo privado nos últimos trimestres. No entanto, a desaceleração tem sido mais pronunciada no México, onde os laços econômicos com os Estados Unidos exercem influência significativa sobre a atividade doméstica.

A inflação persistente em toda a região deve limitar a capacidade dos bancos centrais de estimular ainda mais a demanda. Ao mesmo tempo, a incerteza em torno da política comercial dos EUA em relação à América Latina e os riscos específicos de cada país continuarão afetando as perspectivas de crescimento e remodelando o comportamento do consumidor.

O crescimento do consumo privado desacelerou e permaneceu moderado na maior parte da região. No Brasil e na Colômbia, os gastos dos consumidores diminuíram, enquanto no Chile houve recuperação após trimestres de desempenho mais fraco. A inflação segue próxima dos limites superiores das metas dos bancos centrais, impulsionada por mercados de trabalho apertados e choques de oferta que elevaram os preços de alimentos e eletricidade. A confiança do consumidor caiu no final de 2024, embora a partir de um patamar elevado.

O México está particularmente vulnerável devido aos seus estreitos laços econômicos com os EUA e à ameaça de tarifas. Mesmo em outros países, os desafios fiscais e o estresse inflacionário restringem as opções dos bancos centrais para flexibilizar a política monetária, o que pesa sobre os gastos privados.

Apesar desse cenário, os ratings das empresas relacionadas ao consumo continuam a melhorar no México, Brasil e Chile, refletindo a resiliência dos fundamentos dessas companhias. A proporção entre elevações e rebaixamentos de rating por emissor seguiu em trajetória positiva ao longo de 2025. No entanto, as tensões comerciais e a desaceleração da atividade econômica devem começar a impactar os lucros e as métricas de crédito das empresas nos próximos meses.