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12/09/2025

TCP participa de simulação de manobras de atracação na USP

Estudo vai auxiliar novos incrementos de calado no canal de acesso do Porto de Paranaguá.

Entre 08 e 10 de setembro(segunda a quarta-feira), a TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, participou da simulação de manobras de atracação no Tanque de Provas Numéricos da Universidade de São Paulo (TPN-USP). Também participaram do estudo representantes da Portos do Paraná, da Marinha do Brasil e do Sindicato dos Práticos dos Portos e Terminais do Paraná.

O estudo técnico, contratado pela TCP, se concentra na simulação de manobras de atracação e desatracação de navios em diferentes cenários, e deve contribuir com a revisão da portaria que estabelece o calado operacional (profundidade entre o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação e a linha da água) do canal de acesso ao Porto de Paranaguá.

—As simulações realizadas serão essenciais para que novos incrementos do calado operacional possam ser realizados de forma segura e célere. A expectativa é de que, em breve, o calado seja ampliado de 12,80 metros para 13,30 metros, permitindo que navios maiores possam chegar e partir do cais do Porto com mais cargas, o que representa um ganho significativo em capacidade operacional e também econômico para Paranaguá— explica Rafael Stein Santos, gerente institucional e jurídico da TCP.

— As simulações são fundamentais para garantir segurança e agilidade nas manobras de atracação e desatracação no Porto de Paranaguá. Neste projeto específico, estamos trabalhando para avançar mais 50 cm no calado, além dos 12,80 metros atualmente operados pelos navios conteineiros. A expectativa é poder operar embarcações com até 13,30 metros de calado. Aproveitamos a oportunidade para discutir melhorias operacionais para todos os demais segmentos, que passarão a operar com 13,30 metros —afirma o diretor de Operações da Portos do Paraná, Gabriel Vieira.

—Cabe ressaltar que todo o estudo técnico foi realizado com as devidas margens de segurança ratificadas no respectivo Estudo de Análise de Risco contratado pela TCP e gerenciado pela Praticagem de Paranaguá durante a simulação das manobras— comenta Marcos Vinicius de Lima Martini, prático de Paranaguá.

Entre os cenários simulados no Tanque de Provas Numérico estão as manobras de atracação e desatracação de navios porta-contêineres de até 368 metros de comprimento (LOA) e 51 metros de largura (boca).

Em 29 de janeiro de 2024, a TCP foi o primeiro terminal portuário do país a receber um navio de 366 metros de comprimento, MSC Natasha XIII, do armador Mediterranean Shipping Company (MSC). Desde então, outras embarcações de 366m também passaram a atracar no Terminal, porém, o aumento de calado é necessário para que estes porta-contêineres possam utilizar toda a sua capacidade de transporte.

Atualmente, a TCP é o maior terminal de contêineres em movimentação de cargas na Região Sul e o terceiro maior do Brasil, de acordo com o Estatístico Aquaviário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No primeiro semestre, o Terminal atingiu uma movimentação total de 744.650 TEUs entre operações de exportações, importações e transbordo.

Obras de derrocagem — Desde 2024, o canal de acesso ao Porto de Paranaguá já teve seu calado operacional ampliado de 12,10 metros para 12,80 metros à maré zero. Com os 70 centímetros adicionais, os navios podem transportar 560 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) a mais por viagem.

O aumento do calado operacional aconteceu após a conclusão das obras de derrocagem submarina de uma parcela das Pedras Palanganas, localizada na região do Canal de Acesso ao Porto. Aproximadamente 20 mil metros cúbicos de rochas foram removidas do leito marinho, e, posteriormente, fragmentadas e doadas aos municípios do litoral paranaense, que recebem o material para ser usado em obras de interesse público, como a pavimentação de vias para tráfego de veículos e pedestres.

A obra foi realizada em conformidade com as medidas estabelecidas no âmbito do licenciamento ambiental federal nº 1144/2016 emitido pelo Ibama. Uma série de medidas de prevenção e mitigação foram realizadas para minimizar a possibilidade de dano à fauna e à flora, assim como monitoramentos periódicos para assegurar a manutenção da qualidade ambiental do local.

Concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá — O leilão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá já tem data: 22 de outubro. Ele será realizado na B3, em São Paulo. A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) deve publicar o editar nos próximos dias e o investimento previsto é de R$ 1,23 bilhão ao longo de 25 anos.

A concessão abrangerá a ampliação, manutenção e exploração do canal de acesso aquaviário. Entre as principais melhorias previstas no projeto estão aprofundamento, ampliação e alargamento do canal, o alargamento da bacia de evolução e o aprofundamento da área de fundeio nº 6.

Com isso, a previsão é passar para 13,3 metros de profundidade média ainda na fase de implantação e chegar a 15,5 metros após a concessão, o que viabiliza a atracação de navios de maior porte. O futuro concessionário executará todos os investimentos necessários para atingir a meta estabelecida, incluído serviços de dragagem, derrocagem, sinalização náutica, batimetria, programas e monitoramentos ambientais, dentre outros.