Presidente da entidade, Sérgio Duarte, avalia que retração de 0,3% em julho reflete cautela do consumidor e necessidade de políticas de estímulo.
O comércio varejista brasileiro registrou retração de 0,3% em julho na comparação com junho, segundo dados divulgados no dia 11 de setembro (quinta-feira) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a quarta queda consecutiva do setor, que acumula variação negativa de 1,1% no período.
Na comparação com julho de 2024, o varejo apresentou crescimento de 1%, mas o desempenho ainda reflete um cenário de cautela no consumo. Setores como vestuário, calçados e informática tiveram quedas expressivas, enquanto outros, como móveis, eletrodomésticos e artigos farmacêuticos, mostraram resiliência.
Para o presidente da Rio Indústria, Sérgio Duarte, os resultados acendem um sinal de alerta.
— A sequência de retrações mensais mostra que o consumidor está mais cauteloso, seja pelo crédito caro, seja pela incerteza econômica. Ainda que a comparação anual mostre algum fôlego, o quadro geral é de perda de ritmo no comércio —afirma.
Sérgio Duarte destaca que a heterogeneidade entre setores deve ser considerada na formulação de políticas públicas.
—Não há um colapso generalizado, mas sim realidades distintas dentro do varejo. É preciso pensar em medidas setoriais e regionais que estimulem tanto a indústria quanto o comércio, reduzindo custos e melhorando a confiança do consumidor— avalia.
Segundo o IBGE, no acumulado de 12 meses, o varejo ampliado ainda registra alta de 2,5%, mas a tendência de desaceleração preocupa empresários.
—Muitos empreendedores já operam com margens reduzidas. Precisamos de estímulos claros, como crédito mais acessível e previsibilidade econômica, para evitar que essas quedas mensais se prolonguem e comprometam o segundo semestre— conclui o presidente da Rio Indústria.