O mercado global de logística digital poderá alcançar US$ 155,3 bilhões até 2032, segundo levantamento da Allied Market Research – um salto significativo frente aos US$ 25 bilhões registrados em 2022. Esse dado mostra a tendência que, no Brasil, já é uma realidade. Números do Instituto de Logística Supply Chain (ILOS) revelam que a logística nacional movimenta cerca de R$ 1,5 trilhão por ano. Nesse meio, as transportadoras digitais já vêm se consolidando como protagonistas dessa nova fase, combinando tecnologia, dados e eficiência para garantir melhores soluções logísticas para o segmento.
Essas empresas nasceram a partir da cultura do digital e trabalham com base em sistemas integrados, automação e análise de dados, trazendo uma nova lógica para um setor que, por muito tempo, operou de forma manual. O objetivo é oferecer mais controle, rastreabilidade da carga e agilidade à operação, especialmente no modal rodoviário, responsável por conectar grande parte do território nacional.
Segundo estimativas da Associação Brasileira de Logística (Abralog), a tecnologia tem o potencial de reduzir os custos operacionais em até 20% e os tempos médios de trânsito em 15%. Além disso, o uso de documentos digitais, como faturas e ordens de serviço eletrônicas, reduz significativamente a burocracia e os riscos relacionados à perda de informações. A adoção dessas soluções contribui diretamente para a redução de algumas despesas, otimização de rotas, alocação mais eficiente de motoristas e diminuição de falhas operacionais.
Durante o isolamento de COVID-19, a digitalização foi um fator determinante para garantir a continuidade das operações do segmento em meio à alta demanda e restrições de mobilidade. Essa época só reforçou ainda mais o impacto das inovações no dia a dia de variados ramos da economia. Hoje, mesmo no período pós pandemia, as soluções ainda provam seu valor e reforçam a importância do investimento no online. Empresas que apostam em tecnologia têm maior capacidade de responder rapidamente a imprevistos, atender prazos mais curtos e oferecer uma experiência mais previsível e transparente para os embarcadores. O uso de inteligência artificial e machine learning trouxe modelos mais rápidos, precisos e eficientes.
Não dá pra negar que o futuro da logística precisa de sistemas mais integrados para que as empresas possam usufruir do máximo potencial tecnológico do segmento. Por isso, a digitalização está longe de desacelerar. Isso não significa esquecermos da força in loco e da troca física do setor, e sim trabalharmos a tecnologia como otimização e um facilitador dos processos tradicionais. Nesse meio, os próximos passos serão marcados pela convergência entre tecnologia, dados e a centralidade real no cliente, exigindo das empresas e dos líderes uma postura cada vez mais estratégica e próxima, física e digital.
• Por: André Pimenta, CEO da Motz. O executivo tem 20 anos de experiência no setor, atuando em posições de liderança na área de supply chain e de negócio em empresas como Ambev e Votorantim Cimentos. Além de possuir 8 anos de experiência no cargo de CEO, trazendo sólido histórico nas áreas comerciais e de operações, com forte foco na entrega de resultados e estruturação de equipes. Atualmente está como CEO da Motz, transportadora digital que conecta cargas e destinos, facilitando a jornada da cadeia logística.