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29/08/2025

Hidrogênio ganha força na Shell Eco-marathon Brasil 2025 com número recorde de equipes

Em seu terceiro ano com carros a hidrogênio, a competição conta com três equipes brasileiras, incluindo duas estreantes.

Parece ficção científica, mas já faz parte da realidade. Veículos movidos a hidrogênio conquistam espaço e avançam como alternativa de baixo carbono para o futuro da mobilidade. Na Shell Eco-marathon Brasil 2025, essa tecnologia assume o protagonismo com um marco inédito: três equipes brasileiras disputam a categoria de hidrogênio — duas na modalidade Protótipo e uma em Conceito Urbano. A tecnologia estreou na edição brasileira em 2023 e, desde então, tem ampliado sua presença na competição.

Com potencial para transformar o setor de transportes, os carros a hidrogênio utilizam uma célula de combustível que gera eletricidade por meio de uma reação química entre hidrogênio e oxigênio — processo que movimenta o veículo e emite apenas vapor d’água. Na prática, é essa tecnologia que impulsiona o modelo da GCEE (Grupo Cataratas de Eficiência Energética), da Unioeste de Foz do Iguaçu. Em 2024, a equipe passou nas inspeções técnicas e foi para pista, mas não chegou a completar o circuito.

De lá para cá, o trabalho foi intenso e acabou levando-os para Indianápolis (EUA), na Shell Eco-marathon Americas, em abril de 2025. Na edição americana, a GCEE se tornou a primeira equipe da América Latina a ser aprovada na rigorosa inspeção técnica da categoria e a segunda no mundo a concluir as quatro voltas do tradicional circuito de Indianápolis — um trajeto de 15,6 km — com um carro movido exclusivamente a hidrogênio

Agora, de volta à edição brasileira, a equipe participa novamente da competição e busca consolidar sua trajetória na categoria de hidrogênio. O projeto, iniciado em 2023, envolveu uma longa fase de pesquisa, desenvolvimento e mais de dois anos dedicados à manufatura do veículo. A trajetória incluiu testes, ajustes e aprimoramentos constantes até que o carro estivesse pronto para competir em alto nível. —Estamos muito felizes, pela marca que fizemos e por ver nosso trabalho ganhando forma aqui na competição. É emocionante perceber que todo o esforço investido até agora já nos trouxe bons resultados— comemora Giulia Demarchi, co-capitã da equipe.

Segundo Norman Koch, gerente global da Shell Eco-marathon o hidrogênio é uma tecnologia promissora, mas também a mais complexa dentro da competição. —O maior desafio está na vedação dos sistemas: por ser um gás extremamente leve, com moléculas minúsculas, ele escapa por qualquer espaço. Garantir a integridade de um circuito de hidrogênio é uma tarefa altamente desafiadora e representa a principal barreira para as equipes— comenta.

Novas equipes enfrentam o desafio da eficiência com hidrogênio —O interesse por essa tecnologia segue em crescimento, especialmente pelo seu potencial de viabilizar transportes com emissão zero. No contexto da competição, construir um carro a hidrogênio envolve um nível maior de complexidade técnica. As equipes que optam por essa categoria precisam superar desafios específicos de projeto, montagem e desempenho para buscar o menor consumo possível e a máxima eficiência energética.

É com esse cenário em mente que duas novas equipes brasileiras estreiam na categoria em 2025. A EcoVeículo Hydrogen, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), aposta em um modelo da modalidade Protótipo — que prioriza leveza, aerodinâmica e eficiência. A equipe, que participa da competição desde a primeira edição em outras categorias, agora amplia seus horizontes com a tecnologia a hidrogênio.

—Como é nossa estreia na categoria, nosso principal objetivo é adquirir conhecimento e experiência prática com a tecnologia de célula de combustível a hidrogênio, construindo uma base sólida para avanços futuros. Nosso foco é passar pela inspeção técnica e, se possível, completar as dez voltas exigidas, demonstrando nosso progresso e dedicação— diz Muriel Cordeiro Pszepiura, capitã da equipe Unifei.

Também estreando na categoria, a Eco Octano UFPR Hidrogênio, da Universidade Federal do Paraná, entra na disputa com um projeto desenvolvido do zero por estudantes que decidiram encarar o desafio coletivo de construir um carro a hidrogênio.

—A equipe tem um compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética. Por isso, temos o desejo de competir na Shell Eco-marathon para mostrar que conseguimos fazer muito sem muito recurso ou mão de obra qualificada. Somos um grupo de estudantes com grande vontade de construir um carro e competir— afirma João Faustino, capitão da equipe da UFPR.

Shell Eco-marathon — É a competição global da Shell que convoca estudantes universitários para projetar, construir e operar protótipos de veículos com maior eficiência energética do mundo. Ao longo dos últimos 40 anos, o programa tem dado vida à missão da Shell de impulsionar o progresso, fornecendo mais soluções energéticas mais limpas. Tudo em nome da colaboração e da inovação, à medida que as ideias dos estudantes ajudam a moldar um futuro com menos emissões de carbono. Na 8ª edição brasileira, a competição tem três categorias de energia: Combustão Interna (gasolina e etanol), Bateria Elétrica e Hidrogênio. Cada categoria conta com duas classes de veículos: protótipo e conceito urbano. Para serem avaliados, os veículos passam por inspeção técnica e devem percorrer um circuito com o mínimo de combustível possível. A equipe vencedora será a que fizer a maior distância com a menor quantidade de energia.

A competição reúne cerca de 500 estudantes de várias regiões do Brasil e de países como Peru, Colômbia e México.

Shell — Há 112 anos no país, a Shell Brasil é uma companhia de energia integrada, com participação nos setores de Petróleo e Gás, Soluções Baseadas na Natureza, Pesquisa & Desenvolvimento e Trading, por meio da comercializadora Shell Energy Brasil. A companhia está presente ainda no segmento de Biocombustíveis por meio da joint-venture Raízen, que no Brasil também gerencia a distribuição de combustíveis e lubrificantes da marca Shell. A Shell Brasil trabalha para atender à crescente demanda por energia de forma econômica, ambiental e socialmente responsável, avaliando tendências e cenários para responder ao desafio do futuro da energia.