Projeto pioneiro iniciado em 2018 desafia barreiras climáticas, amplia produção e rende prêmios na Copa Brasileira do Lúpulo.
Um dos ingredientes mais importantes na fabricação de cerveja, o lúpulo é responsável por trazer aroma, sabor e amargor à bebida. Tradicionalmente, ele nunca se desenvolveu bem no Brasil, encontrando condições ideais apenas em países de clima mais frio, como Estados Unidos e Alemanha, que respondem por mais de 70% da produção mundial.
No entanto, o Grupo Petrópolis decidiu desafiar esse cenário em 2018. O primeiro passo foi dado na fazenda da companhia em Teresópolis (RJ), com o plantio experimental de 316 mudas de 10 variedades diferentes para testar adaptabilidade. As primeiras colheitas mostraram que algumas espécies prosperaram, e a equipe técnica passou a selecionar tipos com maior capacidade de adaptação ao solo e ao clima brasileiros.
A evolução natural do projeto levou, em 2023, à expansão para Uberaba (MG), onde foram semeadas 5.600 mudas das variedades Comet e Cascade em dois hectares. A companhia possui áreas de cultivo nas regiões de Teresópolis (RJ) e Uberaba (MG). Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores (Aprolúpulo), Minas Gerais abriga a maior área cultivada, enquanto o Rio de Janeiro foi o estado que mais cresceu, de acordo com levantamento ancorado em informações de 2023.
—Desde o início desta jornada estivemos juntos aos pioneiros do lúpulo nacional, buscamos sempre seguir as melhores práticas agrícolas, desde o uso de mudas advindas de viveiros com variedades homologadas pelo MAPA, e aplicação de técnicas de manejo sustentáveis, isso é motivo de orgulho para nós —destaca Diego Gomes, diretor industrial do Grupo Petrópolis.
Reconhecimento setorial — O avanço tecnológico e a qualidade dos processos garantiram ao Grupo Petrópolis destaque na Copa Brasileira de Lúpulos, principal competição nacional da cultura. Em quatro edições, a maior cervejaria com capital 100% conquistou 10 medalhas. Na última, em julho deste ano, foram três medalhas em três categorias diferentes.
Em um total de 19 categorias, a empresa conquistou a medalha de prata na categoria Chinook — que possui notas cítricas, florais e de pinho — e duas de bronze nos cultivos de Triumph — de aroma frutado e complexo, com frutas vermelhas, pêssego e cajá em suas notas — e Triple Pearl — que exala aroma condimentado de pimenta-preta balanceada com floral.
A competição avaliou 94 amostras de 32 fazendas espalhadas pelo Brasil, demonstrando a diversidade e o cultivo nacional. Os 32 jurados avaliaram os lúpulos em duas etapas: a química, na qual se avalia o teor de alfa-ácidos (responsáveis pelo amargor), e a sensorial, quando se analisa o aroma natural do lúpulo.
—Estar entre os produtores premiados é excelente, mas o mais importante é o aprendizado e a troca com outros players atuantes no cenário, conectando ainda mais o mercado nacional — afirma Leonardo Penna, especialista em Inovação de Cerveja e Produção do Grupo Petrópolis.
Sustentabilidade e eficiência no campo — Além da expansão da cultura, O grupo Petrópolis também investe m práticas sustentáveis. Em Teresópolis, a companhia implementou a compostagem dos resíduos do lúpulo, o que reduziu em 75% os custos de manejo da terra e enriqueceu o solo com matéria orgânica e nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio.
— O processo de decomposição elimina patógenos e reduz a necessidade de fertilizantes químicos, além de contribuir para a redução da pegada de carbono e promover agricultura sustentável—reforça Penna.
Em Uberaba, a mecanização do campo reduziu o tempo de pulverização por hectare de um dia para apenas uma hora, garantindo eficiência, redução de desperdícios e mais segurança no manejo.
Impacto na cultura cervejeira nacional —O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor de cerveja do mundo, mas historicamente o consumo se concentra em estilos mais leves e de amargor menos intenso. Com o crescimento das microcervejarias e da produção nacional de lúpulo, a expectativa é ampliar o acesso a rótulos mais aromáticos e encorpados, estimulando novos perfis de consumo.
— O desenvolvimento do cultivo local pode baratear o insumo e permitir que mais pessoas tenham acesso a cervejas especiais, assim como aconteceu nos Estados Unidos nos anos 1990—comenta Penna.
A produção própria ainda não supre toda a demanda da companhia, mas já foi usada em edições especiais, como a Black Princess Braza Hops (2020 e 2022).
Grupo Petrópolis — O Grupo Petrópolis é a única grande empresa do setor cervejeiro com capital 100% nacional. Produz as marcas de cerveja Itaipava, Petra, Black Princess, Cacildis, Vold X, Cabaré, Weltenburger, Crystal e Lokal; a cachaça Cabaré; a vodca Nordka; as bebidas mistas Fest Drinks by Itaipava, Crystal Ice, Cabaré Ice e Blue Spirit Ice; os energéticos TNT Energy e Magneto; os refrigerantes It!, Tik Tok e a Tônica Petra; a bebida esportiva TNT Sport Drink; e a água mineral Petra. O Grupo possui oito fábricas em seis estados e mais de 140 Centros de Distribuição em todo o País, sendo responsável pela geração de mais de 22 mil empregos diretos. | www.grupopetropolis.com.br e, redes sociais.