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21/08/2025

Indústria têxtil prevê perda de 20 mil empregos com tarifaço dos EUA

Os EUA atualmente aparecem em quarto lugar no ranking de destinos das exportações do setor têxtil brasileiro. Indústria busca novos mercados.

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), disse em coletiva de imprensa, no dia 20 de agosto (quarta-feira), que a indústria têxtil brasileira pode cortar até cinco mil empregos diretos e 15 mil indiretos por causa dos efeitos do tarifaço comercial imposto pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre grande parte dos produtos exportados pelo país aos norte-americanos.

Na ocasião a entidade fez um balanço do ano em que projeta crescimento de 3,1% este ano, mas desacelerar em 2026 1,2%, em linha com o menor crescimento para a economia doméstica como um todo.

As vendas do setor no varejo é de crescimento de 3% este ano, mas de apenas 0,7% em 2026.

Essas projeções já levam em conta os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, segundo o presidente emérito e superintendente da Abit, Fernando Pimentel.

— Sabemos do tamanho do prejuízo, mas não estamos jogando com essa perspectiva, como foco em continuar com a diplomacia empresarial— afirmou Pimentel.

EUA são o quarto principal destino das exportações do setor — Atualmente, os EUA aparecem em quarto lugar no ranking de destinos das exportações do setor têxtil brasileiro. No ano passado, foram transacionados US$ 68 milhões, dos quais US$ 46 milhões em produtos têxteis e US$ 22 milhões em vestuário.

Entre os principais produtos exportados pelo Brasil ao mercado norte-americano, estão meias e itens de moda praia e moda feminina. Os únicos produtos têxteis incluídos na lista de exceções ao tarifaço são os cordéis de sisal.

— O mercado americano é o maior do mundo e muito seguro depois que você se estabelece. Vamos continuar negociando e espero que uma hora a razão chegue, porque não há nenhuma razão nessas medidas — defendeu Pimentel.

Novos mercados estão no radar: — A indústria têxtil nacional já começou a busca por novos mercados, especialmente em países como Portugal e Canadá, e já registrou alta de 11,4% ante o mesmo período do ano passado.

Mas reconhece que os efeitos na busca de novos mercados não são imediatas, demanda de pleo menos oito anos para se concretizar. Mas é uma saída relevante para conexões de empresas e atração de investimentos.

Abit integra a missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aos EUA, com agenda nos dias 03 e 04 de setembro (quarta e quinta-feira), na Embaixada brasileira em Washington e audiência pública no USTR. A iiniciativa reunirá associações setoriais, federações estaduais e grandes empresas, com o objetivo de ampliar o diálogo com o governo e o setor produtivo norte-americano.