“Portos Sustentáveis” foi o tema do debate que destacou avanços ambientais, ações comunitárias e perspectivas para o futuro.
No dia 13 de agosto (quarta-feira), o Porto Sudeste, empreendimento privado em Itaguaí, marcou presença na Rio Innovation Week, celebrando também os 10 anos de atividade em território fluminense. No painel “Portos Sustentáveis”, o diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade, Ulisses Oliveira, destacou o papel do terminal na economia circular da região e o desenvolvimento da sustentabilidade no setor de logística. A Rio Innovation Week é a maior conferência global de tecnologia e inovação.
Participaram da conversa Jéssica Germano de Lima Silva, pesquisadora de O&G da FGV, e Thiago Lemgruber Porto, diretor da Hidroclean. No bate-papo, foram levantadas possibilidades para o futuro do transporte marítimo consciente, levando não somente em conta o impacto regional de suas atividades, mas também o papel delas na mitigação de fenômenos globais como as mudanças climáticas.
Ulisses ressaltou que a relação com a comunidade é parte fundamental da estratégia da empresa. Hoje, 67% dos trabalhadores moram na região onde o empreendimento está instalado e, considerando a Zona Oeste do Rio, o percentual chega a 80%. O Porto Sudeste mantém programas de qualificação profissional para que moradores locais ocupem posições no terminal e também atua para preservar atividades tradicionais, como pesca, agricultura, culinária e artesanato.
—Além de empregar, queremos também respeitar e incentivar outros pilares da economia azul. No último ano, devolvemos ao município de Itaguaí mais de R$80 milhões. Quando impactamos economicamente e laboralmente uma cidade dessa maneira, a sustentabilidade tem de ser um pilar. O nosso propósito maior é o desenvolvimento local e isso não se realiza sem desenvolvimento humano— afirmou Ulisses.
Para estreitar o diálogo com a comunidade, o time do Porto Sudeste criou a Casa Porto, espaço de livre circulação localizado no centro da comunidade, pensado como ponto de encontro entre moradores e empresa. O local funciona como canal permanente para ouvir demandas, prestar esclarecimentos e desenvolver ações sociais, culturais e educacionais. Ulisses destacou que dentro do espaço ocorrem eventos comunitários, cursos de capacitação, oficinas culturais e encontros para discutir temas relevantes para o entorno.
—O ambiente industrial nem sempre é acolhedor, e a Casa Porto foi concebida para criar esse espaço seguro, próximo e aberto. Queríamos que a população tivesse um local onde pudesse conversar diretamente com a empresa, participar de iniciativas e propor projetos. Essa iniciativa ajudou a mudar a forma como a empresa é vista. Hoje, não somos apenas o porto que opera na cidade; somos também um parceiro que investe tempo e recursos para estar presente no dia a dia das pessoas— afirmou.
Entre 2021 e 2024, o Porto Sudeste reduziu em quase 80% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de escopos 1 e 2, passando de 0,23 para 0,05 KgCO₂e por tonelada de granéis movimentados. Esse resultado reforça o compromisso da empresa com a descarbonização e integra um plano de longo prazo que prevê novas reduções até 2033, alinhado às melhores práticas ambientais do setor portuário. O avanço foi reconhecido esse ano pela segunda vez com o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG, que atesta a consistência e a transparência do inventário de emissões de gases estufa.
—Celebrar uma década de operação é, acima de tudo, celebrar o efeito positivo que podemos gerar na comunidade, no meio ambiente e na economia local. Reduzir emissões, valorizar profissionais do entorno, preservar tradições e investir em projetos sociais mostra que sustentabilidade é ação concreta, diálogo constante e compromisso com o futuro de Itaguaí e do setor portuário — comentou Ulisses.