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12/08/2025

Governadores se reúnem em Brasília contra taxação dos Estados Unidos

Chefes de estado cobraram ação enérgica do Governo Federal para proteger empregos e empresas fluminenses, e dos outros estados.

O governador Cláudio Castro (PL), entre os vários governadores de estado, como Tarcísio de Freitas (Republicanos/SP), Ibaneis Rocha (MDB/DF), Ronaldo Caiado (União Brasil/GO), Ratinho Junior (PSD/PR), Romeu Zema (Novo/MG), Wilson Lima (União Brasil/AM), Jorginho Melo (PL/SC) e Mauro Mendes (União Brasil/MT), se reuniram em Brasília para discutir o chamado tarifaço — taxa de exportação de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil, entrou em vigor no dia 06 de agosto (quarta-feira). O encontro teve como foco avaliar os impactos econômicos e buscar soluções para mitigar os efeitos da medida sobre as economias estaduais.

— Esta é uma crise que exige união e estratégia. O Rio de Janeiro é o segundo maior exportador para os EUA e não pode ficar à mercê de decisões que afetam diretamente empregos, empresas e arrecadação. Nosso papel é agir com firmeza: estamos trabalhando com ações concretas e planejamento desde julho, quando criamos um Grupo de Trabalho específico para enfrentar esse cenário. Queremos que o governo federal negocie com a mesma energia e determinação que estamos tendo no nosso estado. Não vamos nos omitir — afirmou o governador Cláudio Castro (PL).

Durante o encontro, os governadores definiram que irão cobrar do governo federal — responsável pela condução da política externa — mais efetividade, transparência e ações concretas nas negociações com os Estados Unidos. Também decidiram buscar o apoio dos presidentes de partidos para fortalecer a articulação das bancadas no Congresso Nacional, defendendo a autonomia de cada poder.

Os chefes dos Executivos estaduais pediram ainda que o governo federal anuncie medidas para preservar empregos e dar suporte aos setores produtivos mais afetados. No caso do Rio de Janeiro, estão em estudo iniciativas para proteger trabalhadores e pequenas e médias empresas, incluindo a criação de uma linha de financiamento especial.

Segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), por exemplo, o impacto no PIB fluminense pode chegar a R$ 123 milhões. Em 2024, 48 municípios do estado exportaram para o mercado norte-americano e poderão sentir os efeitos da nova tarifa.

Impactos na economia fluminense — O Rio de Janeiro é o segundo maior estado exportador para os EUA, com destaque para petróleo refinado e semimanufaturados de ferro e aço. Somente em 2024, foram US$ 7,4 bilhões em produtos enviados para aquele país; no primeiro semestre de 2025, o valor chegou a US$ 3,2 bilhões. A Firjan calcula que cerca de 2% das exportações fluminenses estarão sujeitas à tarifa, com impacto direto sobre setores estratégicos como o siderúrgico.