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24/07/2025

Resultados da Vale no 2T25, comenta Rodrigo Vignoli da InvestSmart XP

—A Vale (VALE3) reportou seus números do segundo trimestre de 2025, com destaque para a produção de minério de ferro, que cresceu 3,7%, para 83,6 milhões de toneladas, puxada principalmente por S11D e Brucutu. Apesar do volume de produção robusto, as vendas recuaram 3,1%, refletindo um direcionamento para um mix de produtos de maior valor agregado e foco no mercado chinês. O preço médio do minério caiu 13,3% na base anual, o que pressionou um pouco a receita, embora o Ebitda de US$ 3,3 bilhões tenha vindo em linha com o consenso de mercado.

A exposição da Vale à China continua sendo o carro-chefe da tese de investimento. O país segue como principal destino do minério brasileiro e, agora, o anúncio da construção da maior hidrelétrica do mundo em seu território surge como um importante catalisador. Um projeto dessa magnitude tende a aquecer a demanda por aço e metais industriais, podendo dar sustentação às cotações das commodities, em especial dos metais básicos, onde a Vale também vem ganhando market share.

Ao mesmo tempo, no cenário internacional, o pacote de tarifas anunciado nos Estados Unidos pode impactar o fluxo global de metais e criar distorções nos preços, principalmente do cobre. Embora o minério de ferro não seja o alvo direto, existe um potencial efeito cascata nos mercados, afetando o apetite ao risco dos investidores por ativos ligados a commodities.

Em resumo, a Vale entregou um trimestre operacionalmente sólido, com recordes na produção de cobre e níquel e uma alocação de capital focada em valor. No entanto, o cenário macro segue desafiador. A economia chinesa continuará sendo o pilar do case, especialmente com os novos estímulos, mas os riscos exógenos, como tarifas e tensões comerciais, seguem como fatores que podem fazer preço e alterar as expectativas.— conclui o comentário, Rodrigo Vignoli, sales de Renda Variável da InvestSmart XP.