Resultado líquido ajustado de €373 milhões no trimestre sustentado por níveis robustos de produção de petróleo e gás no Brasil, trading internacional de gás natural e exportações. Metade do investimento direcionado para novas unidades de biocombustíveis avançados e hidrogênio verde em Sines, transformação da rede, mobilidade elétrica e renováveis. Confiança no desempenho operacional permite rever em alta estimativas de produção média de petróleo e gás natural e de Ebitda para o final do ano.
A Galp obteve um resultado líquido ajustado de €373 milhões de euros no segundo trimestre de 2025, um aumento de 25% em relação ao período homólogo, sustentado pelo aumento da produção de petróleo e gás natural no Brasil e por um forte desempenho da atividade de trading de produtos nos mercados internacionais.
O resultado ajustado a custo de substituição (RCA) antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda) foi de €840 milhões, em linha com os €849 milhões registados no período homólogo de 2024. A melhoria de resultados em todas as áreas de negócio compensou a queda nas cotações do crude que penalizou a performance financeira do Upstream, tradicionalmente o principal motor dos resultados da empresa.
No acumulado do primeiro semestre, o resultado líquido RCA diminuiu 9% para €565 milhões, enquanto o Ebitda caiu 16% para €1,5 mil milhões, dadas as condições macroeconômicas mais desafiantes. Deste valor, cerca de 80% teve origem nos mercados internacionais, com destaque para as atividades de Upstream e de trading e para as exportações de produtos a partir de Portugal.
O valor do investimento no segundo trimestre atingiu €190 milhões. Deste valor, cerca de €74 milhões foram aplicados em Sines, nomeadamente na construção do eletrolisador de 100MW para a produção de Hidrogênio Verde, um dos maiores da Europa, e da nova unidade para produção de biocombustíveis avançados (HVO/SAF), dois projetos que deverão entrar em operação já no próximo ano.
A conversão e modernização da rede de estações de serviço, a expansão da infraestrutura de carregamento para a mobilidade elétrica e as renováveis absorveram cerca de €30 milhões. O principal destino do investimento, num total de €81 milhões, foram os projetos de Upstream no Brasil. No semestre, o investimento totalizou €484 milhões.
As melhorias registadas neste trimestre permitiram rever em alta algumas das projeções operacionais e financeiras para o resto do ano, apesar da desvalorização do dólar. Assim, é esperado que o Ebitda supere os €2,7 mil milhões, o que compara com uma previsão anterior de €2,5 mil milhões. Uma boa parte desta revisão resulta do início das entregas de cargas de GNL por parte da Venture Global LNG, nos Estados Unidos, que melhora as perspetivas para a atividade de trading nos próximos trimestres.
O fluxo de caixa operacional da Galp deverá ultrapassar €1,8 mil milhões, que comparam com a previsão anterior de €1,6 mil milhões. Em termos operacionais, a produção média de petróleo e gás natural do ano deverá situar-se entre 105 e 110 mil barris diários, enquanto a estimativa anterior era de 105 mil barris diários.
Performance positiva, do Upstream às Renováveis — Depois de um primeiro trimestre condicionado por uma concentração de paragens para manutenção, o aumento da produção de petróleo no Brasil para uma média de 113 mil barris diários no segundo trimestre apenas compensou parcialmente o impacto da queda das cotações do petróleo nos resultados da unidade de Upstream.
Assim, o Ebitda RCA desta unidade de negócio no segundo trimestre diminuiu 24% para €403 milhões em termos homólogos. Em termos semestrais, o Ebitda do Upstream registou uma queda de 28% para €788 milhões.
No Industrial & Midstream, a atividade de trading de petróleo, gás e eletricidade compensou um período difícil para a atividade de refinação, em que o impacto da deterioração das margens de refinação internacionais foi agravado pela diminuição do volume de produtos processados na Refinaria de Sines, que em grande parte resultou de uma paragem forçada pelo apagão ibérico. As exportações da refinaria representaram 29% dos volumes produzidos.
Para o bom desempenho das atividades de trading, foi decisivo o início de entrega de volumes por parte da Venture Global LNG ao abrigo de um contrato de longo prazo, tendo a Galp levantado três cargas de GNL ao longo do 2º trimestre.
O Ebitda ajustado desta unidade de negócio aumentou 42% em comparação com o segundo trimestre de 2024, para €320 milhões. No semestre, em termos homólogos, o Ebitda aumentou 2% para €539 milhões.
A unidade Comercial, que agrega a rede de estações de serviço, mas também os clientes residenciais e empresariais de produtos petrolíferos, gás natural e eletricidade, continuou a sua transformação estratégica com o reforço dos resultados da Conveniência e Soluções de Energia. Estes representaram já 37% do Ebitda da área, que aumentou 28% em termos homólogos para €101 milhões. No semestre, o Ebitda da Comercial aumentou 15% para €163 milhões.
Além da transformação da rede de lojas, com a introdução de novos conceitos de conveniência, a Comercial continuou a expandir a rede de carregamento para a mobilidade elétrica que, no final de junho, totalizava já 7.700 pontos, um crescimento de 52% em relação ao final de junho de 2024.
As vendas de combustíveis e eletricidade no trimestre aumentaram 4% e 12% em termos homólogos, para 1,9 milhões de toneladas e 2 TWh, respetivamente.
Também as Renováveis registaram um trimestre positivo, com a entrada em operação de dois novos parques fotovoltaicos em Espanha que adicionaram 115 MW de capacidade instalada em operação – que agora totaliza 1,7 GW —e o reforço nos serviços de sistema, que permitiram melhorar o perfil de receitas.
O Ebitda das Renováveis no segundo trimestre aumentou 72% em termos homólogos para €9 milhões, apesar dos inferiores preços de mercado solar, e 35% no semestre, para €19 milhões.
No final de junho, o rácio de dívida líquida sobre Ebitda manteve-se robusto em 0,5x.