O Sales de Renda Variável do escritório, Heitor Maximiano, comentou os impactos do tarifaço do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre Embraer.
— As tarifas impostas pelos Estados Unidos colocam a Embraer em uma posição especialmente delicada. A companhia possui exposição relevante ao mercado americano, com cerca de 60% das vendas direcionadas ao país — especialmente no segmento de aviação executiva. Modelos como o Praetor, fabricados no Brasil, são diretamente afetados, enquanto os Phenom, montados na Flórida, ainda carregam conteúdo nacional e podem ser parcialmente impactados.
Segundo estimativas da XP, as tarifas podem gerar efeitos relevantes nos resultados da companhia, com impacto direto sobre as margens e potencial recuo na demanda. Uma tarifa de 10 pontos percentuais sobre produtos brasileiros pode representar um impacto de US$ 95 milhões no EBIT de 2026. Isso significa que, em caso de tarifa cheia de 50%, o efeito pode chegar a aproximadamente US$ 475 milhões — uma redução de 55% a 60% nas projeções operacionais da Embraer para o período. A corretora reiterou sua recomendação neutra para o papel, mas destacou preocupação com a competitividade da fabricante frente a players europeus e norte-americanos, além do risco de adiamentos de entregas.
Ainda que parte da produção esteja localizada nos EUA, os riscos não se restringem ao repasse de custos — envolvem também decisões estratégicas de clientes diante de um ambiente mais incerto. A reação do mercado reflete essa mudança de percepção, com o papel entre os que mais sofreram no pregão seguinte à notícia— conclui Heitor Maximiano, sales de Renda Variável da InvestSmart XP.