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02/07/2025

Risco de liquidez é baixo entre as empresas não financeiras avaliadas pela Moody’s na América Latina

Segundo novo relatório da Moody’s Ratings, 57% das 117 empresas não financeiras e concessionárias de serviços públicos da América Latina avaliadas apresentam liquidez boa ou muito boa. Empresas com baixa liquidez respondem por USD27 bilhões dos USD118 bilhões em dívidas com vencimento até maio de 2027, sendo USD26 bilhões do setor de petróleo e gás.

De acordo com a Moody’s as três indicadores proprietários de risco de crédito da Moody’s melhoraram desde 2024. O Indicador de Estresse de Liquidez caiu de 12% para 9%, e a proporção de empresas com rating B3 negativo ou inferior recuou de 20,4% para 14,1%. A taxa de default de 12 meses caiu para 3,9% em junho de 2025, ante 8,1% no ano anterior. A projeção para o final de 2025 é de 4,0%-4,5%.

A maior parte da dívida com vencimento até maio de 2027 tem rating mais alto. Empresas com rating Ba ou emissores relacionados ao governo com BCA especulativo representam 64% dos vencimentos. Apenas 7% têm rating B3 negativo ou inferior.

O risco de liquidez é maior no Chile (20%), seguido por Colômbia (14%), Argentina (13%) e Peru (10%). A emissão de títulos com rating especulativo aumentou no fim de 2024 e início de 2025, mas os rendimentos continuam elevados (9,3% no 1º tri de 2025).

Cerca de 53% das empresas têm necessidades de financiamento baixas, 23% médias e 24% altas. Empresas com necessidades altas estão concentradas nos setores de petróleo e gás (8), concessionárias (6), agronegócio (4) e telecomunicações e mídia (3). A geração de fluxo de caixa livre negativo será maior nos setores de petróleo e gás e de serviços públicos.

Casos destacados incluem a Pemex (B3 negativa), com fluxo de caixa livre negativo e USD25 bilhões em dívidas até 2026; Citgo Petroleum (B3 estável), com USD1,8 bilhão em fluxo de caixa livre negativo até abril de 2027; e Oceânica Engenharia (B3 negativa), com vencimentos de USD110 milhões e apenas USD33 milhões em caixa em dezembro de 2024.

O cenário econômico regional é impactado por políticas monetárias, tarifas e dinâmica comercial global. A Moody’s projeta crescimento global de 1,9% em 2025 e 2,3% em 2026. O México é o mais exposto às tarifas dos EUA; Brasil e Argentina enfrentam riscos indiretos, mas se beneficiam da demanda chinesa. Chile e Peru são vulneráveis à queda na demanda por cobre. A Colômbia depende dos preços globais de petróleo e carvão.

O crescimento do PIB está desacelerando na maioria dos países, com exceção da Argentina (Caa3 positiva), que se recupera após dois anos de contração. O Peru (Baa1 estável) deve crescer 2,8% em 2025. A Colômbia teve seu rating rebaixado para Baa3 com perspectiva estável. O Chile (A2 estável) segue reduzindo sua taxa de política monetária.