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24/06/2025

Conflito Irã X Israel: o que o setor supermercadista do Rio de Janeiro deve monitorar?

O agravamento das tensões entre Irã e Israel deve acender um alerta preventivo para o setor supermercadista do Rio de Janeiro. Embora o conflito ocorra a milhares de quilômetros de distância, os efeitos indiretos podem, em algum momento, ser sentidos nas gôndolas fluminenses, principalmente em relação ao custo dos combustíveis, à logística e ao preço de produtos importados.

Segundo William Figueiredo, consultor econômico da Asserj, o principal risco imediato está na instabilidade do mercado de petróleo. —Uma escalada militar na região pode impactar diretamente o preço internacional do barril de petróleo, o que, por sua vez, eleva os custos de transporte no Brasil. Isso afeta toda a cadeia logística, desde o frete de hortifrúti até a distribuição de alimentos industrializados —explica William.

Além dos combustíveis, outro fator de preocupação é a possível desorganização das rotas marítimas internacionais. Caso o conflito afete pontos estratégicos como o Estreito de Ormuz ou o Canal de Suez, o fornecimento de alimentos importados e insumos industriais pode sofrer atrasos ou até interrupções temporárias. —O Rio de Janeiro consome muitos produtos que vêm de fora do estado ou do Brasil. Um impacto nas rotas de navegação pode provocar atrasos nas entregas, principalmente de itens importados como azeites, vinhos e enlatados —afirma o consultor da Asserj.

Outro ponto de atenção é a oscilação do dólar frente ao real. —Crises geopolíticas costumam provocar fuga de capitais e valorização do dólar. Isso encarece ainda mais os produtos com componentes importados, o que pode gerar pressão inflacionária no setor— analisa William.

Por enquanto, segundo a Asserj, não há risco de desabastecimento. Mas a entidade orienta os supermercadistas a reforçarem o planejamento de compras e a acompanharem de perto o cenário internacional nas próximas semanas, que apresentam eminência de escalada. —Nosso papel é manter o setor informado e preparado para possíveis oscilações. O momento é de cautela, análise e bom planejamento para minimizar possíveis impactos para o consumidor final. Quem atua de forma preventiva, sai na frente—conclui Fábio Queiróz, presidente da Asserj.