E prevê R$ 150 milhões de investimentos em projetos de bateria/BESS. Companhia acredita que o armazenamento é uma solução fundamental para o atual sistema de infraestrutura energética do país.
De olho no crescimento do mercado de armazenamento de energia no país, a Brasol, companhia com atuação consolidada em ativos de transição energética, tendo a Siemens e BlackRock como principais acionistas, anuncia que planeja investir R$ 150 milhões em projetos de Battery Energy Storage System (BESS) em 2025. Em 2024, a empresa criou uma unidade de negócios dedicada ao segmento de baterias, ampliando seu portfólio de soluções para a transição energética. Assim como em outras áreas em que já atua, a Brasol opera no modelo “BESS as a Service”, que permite aos seus clientes — offgrid e comerciais e industriais (C&I) — acessarem os benefícios da bateria sem a necessidade de aporte financeiro inicial e com descontos de até 20% na conta de energia.
A estratégia de atuação em BESS está focada em empresas comerciais e industriais (C&I), e no setor agropecuário, onde já se observa uma demanda crescente por soluções de armazenamento — seja para reduzir custos, melhorar a qualidade do fornecimento ou viabilizar aumento de consumo elétrico em regiões com infraestrutura de rede limitada. Segundo Diogo Zaverucha, diretor da Unidade de Negócios de Armazenamento de Energia da Brasol, o objetivo é atender essas necessidades imediatas com agilidade, ao mesmo tempo, em que a empresa se prepara para atuar, no médio prazo, em projetos de grande porte conectados à rede elétrica nacional (escala utility).
— Vamos replicar o modelo de sucesso —as a service” da Brasol, no qual nós arcamos com os riscos operacionais e os custos da implantação e manutenção dos projetos, fazendo com que o cliente não tenha nenhum investimento inicial, apenas os pagamentos mensais conforme contrato —explica Diogo. —Já fazemos isso com geração fotovoltaica e subestações, transformando o que seria o investimento inicial do cliente em um custo mensal, deixando ele livre para investir seu capital e energia nas atividades principais de sua empresa —pontua.
Para o agronegócio, o armazenamento representa uma opção estratégica para suprir o déficit de fornecimento das distribuidoras em áreas remotas, reduzindo a dependência de geradores a diesel. —Cada vez mais o mercado agro precisa de energia, principalmente para energizar os pivôs de irrigação. Atualmente, esse setor é pouco atendido pelas distribuidoras e usa alternativas caras e poluentes. No entanto, já é possível e mais barato gerar energia através da combinação de microrredes com geradores a diesel e energia fotovoltaica, reduzindo a dependência exclusiva do diesel —afirma Zaverucha.
Além dos proprietários de fazendas, outros perfis de consumidores deverão se beneficiar com o armazenamento: Aqueles que precisam ampliar seu consumo, mas enfrentam restrições da distribuidora;
Aqueles que não estão em regiões atendidas pela distribuidora (os offgrid);
Clientes do Grupo A que estão sujeitos a tarifas diferentes nos horários de ponta e fora ponta. Estes podem se beneficiar da arbitragem de energia ao carregar as baterias nos horários de menor tarifa e utilizá-las nos horários de pico;
Consumidores que necessitam de backup para garantir operações críticas em caso de queda de energia e falha da rede da distribuidora;
Os que sofrem com baixa qualidade de energia prejudicando seus processos industriais, pois as baterias estabilizam a frequência e a tensão de fornecimento da distribuidora.
Apesar do potencial imediato do modelo BESS, Zaverucha destaca haver uma demanda reprimida ainda maior para aplicações junto à geração, transmissão e distribuição, que depende da regulamentação do setor. —Pela falta de regulação, a gente não pode implantar o BESS para solucionar problemas estruturais do setor elétrico. Mas quando essa regulação for estabelecida, o mercado vai ganhar tração de maneira exponencial. Já temos empresas prontas, cadeia de fornecimento estruturada e preços viáveis, mas ainda não temos um arcabouço regulatório definido—analisa. Ele compara também o cenário atual do armazenamento ao que ocorreu com a geração distribuída no passado: “Na GD, a regulação veio antes da maturidade dos preços (2012), e o mercado só começou a crescer quando os custos caíram (2017–18). No BESS é o inverso: o preço já atingiu um patamar viável, mas ainda falta a regulação.”
A Brasol está preparada para participar do leilão de reserva de capacidade, que tinha previsão para junho e ainda não tem uma nova data. A presença da empresa no certame reforça seu compromisso em contribuir com a modernização e a segurança do sistema elétrico nacional. —As baterias são a solução para um sistema que, atualmente, apresenta gargalos em linhas de transmissão, subestações e distribuição. Com elas, é possível resolver problemas estruturais da rede elétrica de forma rápida, econômica, sustentável e eficiente —conclui Diogo.
Brasol — A Brasol é uma das principais desenvolvedoras, investidores e operadoras de infraestrutura de transição energética no Brasil, com um portfólio que inclui energia solar, subestações, linhas de transmissão, carregamento de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de baterias. Apoiada pelos acionistas Siemens e BlackRock, a empresa fornece infraestrutura de energia em contratos de locação de desempenho que geram eficiência de custos de energia, confiabilidade e sustentabilidade para clientes comerciais e industriais. E, por meio de suas iniciativas estratégicas no mercado de capitais, a companhia oferece aos investidores oportunidades de retornos atraentes e ajustados ao risco, apoiando a transição energética. Ao criar valor para clientes, comunidades e investidores, a Brasol está construindo o futuro da energia.