Marcas são organismos vivos. Elas se desenvolvem, evoluem, ganham novas camadas de significado e, em alguns momentos, precisam se reinventar para permanecerem relevantes.
Por isso, fazer um rebranding nunca é apenas sobre mudar um nome ou um logo. Ele mexe com a essência de um negócio, impacta clientes, parceiros e, principalmente, a operação.
No Grupo Hiper Saúde, essa transformação veio em grande escala: precisávamos unificar cinco marcas diferentes – Hiper Popular, Farma Popular, Minas Farma, RM Farma– sob uma única bandeira, a Hiper Saúde.
Mas quando falamos de uma rede com mais de 1.300 lojas espalhadas pelo país, o desafio vai muito além da identidade visual. São fachadas, layouts internos, mobiliário, comunicação visual e centenas de variáveis que precisam ser analisadas antes de tomar qualquer decisão. E, como sabemos, cada mudança tem um custo significativo. Então, por onde começar?
A resposta veio da Inteligência Artificial, que deixou de ser uma tendência futurista para se tornar uma aliada fundamental em estratégias de gestão e branding, para fazer essa mudança com responsabilidade e embasado em dados.
No passado essas transições aconteciam com auditorias presenciais, visitas às unidades e um trabalho manual de análise. Mas nós tínhamos um volume gigantesco de lojas e um prazo curto: precisamos chegar a 2.000 lojas até 2025, e só este ano precisamos converter 500 unidades para o novo padrão.
Tecnologia para otimizar — Resolvemos transformar nosso banco de imagens em um big data estratégico. Com milhares de fotos e vídeos das nossas fachadas armazenadas, pensamos: como a IA pode nos ajudar a entender esse cenário de forma rápida e precisa?
Criamos um extrator de dados e, com a ajuda da IA, conseguimos rodar um processo de análise que, manualmente, levaria meses. Em questão de segundos, a IA analisou 1.559 imagens, entregando um banco de dados riquíssimo para que pudéssemos tomar decisões estratégicas. Antes, o processo de revisão era manual, loja por loja. Agora, temos um mapeamento claro das unidades que precisam ser priorizadas no rebranding.
Fazer um rebranding em larga escala tem um custo expressivo. Apenas para referência, por exemplo, uma fachada de ACM (placas de material de alumínio composto) pode custar cerca de R$ 540 por metro quadrado. Imagine pedir para um franqueado que investiu recentemente na identidade da antiga marca mudar tudo de novo?
A IA nos deu a vantagem de não precisar tomar essas decisões no escuro. Em vez de impactar toda a rede de uma vez, conseguimos um plano mais eficiente priorizando as lojas que estão totalmente fora do padrão e precisam de ajustes urgentes, seguidas das já passaram do tempo de atualização e estão desalinhadas com a identidade anterior. Por último, lojas que investiram recentemente para ficarem dentro do padrão das antigas marcas, essas mantemos como estão por enquanto.
Esse filtro foi essencial para direcionarmos investimentos e garantirmos que o rollout aconteça de forma sustentável.
IA otimiza a estratégia — O mais interessante desse processo foi perceber que a tecnologia não veio para substituir a gestão, mas para amplificá-la. Pois, agora, tomamos decisões com base em dados concretos, não em achismos.
Se antes o rebranding era um processo burocrático e lento, a IA trouxe um novo ritmo para a transformação. Nossa meta para os próximos cinco anos é expandir para 5.000 lojas, e sem essa ferramenta, escalar esse crescimento seria um desafio muito maior.
A IA já está aqui, transformando a maneira como gerenciamos marcas, analisamos dados e tomamos decisões de negócio. No Grupo Hiper Saúde, como Farmatech que somos, escolhemos inovar. Porque o futuro pertence às marcas que sabem para onde estão indo – e têm as ferramentas certas para chegar lá.
• Por: Caroline Colunna, head de comunicação e marketing do Grupo Hiper Saúde.